sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

BORDADO É ARTE? E TERAPIA?


O bordado é a arte de enfeitar os tecidos com desenhos feitos com fios. Há quem diga que bordar não é arte, nem terapêutico. Como arte assemelha-se a pintura. O pintor usa tintas para preencher a tela ou outro suporte qualquer. E qual a diferença se o suporte é um tecido e, em vez de tintas, usa-se fios? Para mim, não há diferença. Além disso, estudos provam que o bordado segue os princípios fundamentais das artes visuais, permitindo que quem o pratica se vale de uma linguagem visual com uma técnica própria, diferenciada e atrativa pela qual podemos ler, compreender e interpretar as imagens produzidas. Logo, é arte.

Como terapia, colocamos muito de nós mesmos num bordado. A escolha do motivo, das cores a serem empregadas, a escolha dos pontos a preenche-lo são itens que revelam muito de nós, como gostos e preferências, personalidade, paciência, perseverança, habilidades, capacidades e sentimentos. Portanto, é terapêutico.


Como já vimos, sua origem é muito antiga. No princípio, os bordados eram feitos a mão, com agulhas de diferentes grossuras e feitios (inclusive a de crochê). Mais recentemente, passou-se a usar máquinas para fazê-los. Sua utilidade também é variada. Pode-se usá-lo em vestimentas, na decoração de ambientes e em logomarcas industriais e esportivas.

Os tecidos, como suportes dos bordados, são variadíssimos. Vão dos tecidos mais finos e delicados aos mais grossos ou mais rústicos (como a juta) por exemplo. E geralmente, são lisos e na cor que cada um desejar.

Os motivos (dos mais variados) vão de flores a paisagens. Os motivos florais são mais utilizados em peças do vestuário e em peças decorativas como toalhas de mesa, de jogos de toalhas de mãos, rosto e banho ou jogos de toalhas pequenas usadas sobre os móveis. As paisagens são preferidas em peças decorativas mais duradouras, como quadros, tapetes e colchas. Há também motivos folclóricos. São aqueles representativos de uma determinada região, de uma época ou da cultura de um povo e são muito valorizados como os tapetes persas, os bordados da Ilha da Madeira, por exemplo.
São agulhas comuns, fáceis de encontrar.

A agulha deve ser apropriada para o tecido escolhido: finas para os tecidos mais delicados e grossas para os mais grossos. Podem ser usadas também as agulhas de crochê nesses bordados (em tapetes, principalmente).

Os fios usados nos bordados são os mais variados possível. Podem ser de algodão, seda, linhos, lãs, ráfia, fios de ouro e de prata, fios de fibras sintéticas como os de nylon, acrílico e celofane. Recentemente, passou-se a usar fitas e tecidos aplicados em alguns bordados de cunho artístico, como quadros por exemplo. 
  
As linhas para bordar são encontradas em meadas 
ou novelos pequenos ou grandes.

Pode-se ainda complementar o trabalho de bordado com materiais preciosos como o ouro, a prata, pérolas, outras pedras preciosas, lantejoulas e canutilhos ou com materiais rústicos, como sementes, conchas, palha, contas de vidro ou de madeira, palha etc. E sempre com excelentes resultados visuais. Como exemplo, cito os vestidos de noiva ou para as noites de festas, de espetáculos musicais e nas fantasias carnavalescas do Brasil que possuem aplicação de strass, lantejoulas e canutilhos, pérolas e outros ornamentos.

Os pontos variam entre os mais simples (como o “ponto atrás ou haste”, o “caseado”) e os mais complexos (embora sua execução não seja nada difíceis de serem feitos, como os pontos “cheio” e o “matizado”) podem ser realizados numa só cor ou todo colorido. Qualquer pessoa (homens ou mulheres) pode bordar e realizar qualquer ponto.

TIPOS DE REALIZAÇÃO DOS BORDADOS

Como já dissemos, os bordados podem ser realizados a mão ou a máquina. Os manuais são mais valorizados pois levam mais tempo para serem concluídos. Já o bordado a máquina é bem mais rápido e mais produtivo em termos comerciais. 


Embora não apresente a mesma qualidade que o manual, é a preferência popular no momento. Quando se fala em qualidade, não nos referimos ao direito do trabalho. toda bordadeira sabe que o avesso deve ser tão perfeito quanto o direito da peça. Por isso, todas as bordadeiras tratam de não deixarem fios atravessados  e nós aparecendo do lado do avesso. o que não acontece com os trabalhos feitos a máquina.  Mas falaremos mais disso em outra oportunidade. Talvez  por isso, seja o fato de muita gente achar que o bordado não é arte, rebaixando-o à categoria de artesanato.


Nos bordados podem ainda ser realizados com uma peça chamada “bastidor”, que auxilia o bordador a manter o tecido esticado.  O mais conhecido são os bastidores circulares fixos ou os ajustáveis e a custo baixo. Mas dependendo do trabalho a ser feito, podem ser usados os bastidores quadrados ou os retangulares. Como estes são menos comuns podem ser feitos em casa ou encomendados, embora sejam encontrados em algumas lojas especializadas em artigos para bordados, portanto, um pouco mais caros.

OS BORDADOS MANUAIS.

Os bordados manuais podem ser:


PLANOS - Os bordados planos são os mais comuns. Sobre o risco do motivo no tecido aplicam-se um ou vários tipos de pontos adequados a esse motivo.


RENDADOS - Os bordados rendados são aqueles que se assemelham a uma renda. Primeiro, borda- se o motivo desejado. Depois de pronto, com uma tesoura pequena e afiada recortam-se os espaços vazios entre os pontos ou fora deles, como por exemplo, o “rechelieu”.
Continua


EM RELEVO - Os bordados em relevo mais parecem uma escultura do que um bordado. Esses relevos são feitos com os motivos escolhidos e confeccionados com fitas, com o próprio tecido ou tecidos diferentes. Surgem em peças mistas, onde os relevos completam os motivos dos bordados planos.

continua

Nenhum comentário:

Postar um comentário

OBRIGADA PELA VISITA.

Espero que tenha encontrado o que precisava, tenha gostado do que encontrou e que volte muitas outras vezes. Ficarei muito feliz se você deixar um recadinho para mim.