domingo, 29 de outubro de 2017

TRICÔ ARTESANAL

A arte de tecer é antiga e prazerosa. E podemos tricotar de várias maneiras: com máquinas portáteis, teares manuais ou com duas agulhas.

AS MÁQUINAS PORTÁTEIS


As máquinas portáteis possuem um carro que desliza sobre um conjunto de agulhas e tece em movimentos de vai e vem. Podem realizar inúmeros pontos.

As vantagens são: a facilidade é tê-las em nossas próprias casas: a) tecer peças para uso próprio ou para negociar; b) as peças saem por um custo bem baixo; c) a redução do tempo da confecção de uma peça. As desvantagens é que essas máquinas só trabalham com fios finos ou de espessura média; não fazem trabalhos circulares; o resultado final fica bem parecido com as peças industrializadas e o preço dessas máquinas são caros. Caros também são as peças de reposição e o conserto (principalmente do carro), pois exige mão-de-obra especializada.

OS TEARES MANUAIS

tear de pregos (outro tipo de tear manual) são usados por pessoas que gostam de trabalhos mais artesanais e confeccionar suas próprias peças. Veja este tear manual, feito de plástico. É fácil de montar e de tricotar.

tear manual de plástico


 
tear de prego - para trabalhos retos e, abaixo, para trabalhos circulares (em plástico ou madeira)

Esse tear consiste em um quadro de madeira (de vários tamanhos) com uma série de pregos colocados a uma distância regular.  Ou ainda, na forma circular (também de vários tamanhos) feitas de plástico ou madeira com pregos. Trabalhar com estes teares é muito simples. Assista ao vídeo e comprove:


A vantagem é a de ser mais rápido que a confecção com duas agulhas, dependendo da habilidade de cada um; permite uma infinidade de pontos; trabalhar com duas ou mais cores; não há restrição para a espessura do fio (do mais fino ao mais grosso); pode-se trabalhar com linhas, barbantes ou lãs; o custo deste tear é baixíssimo e pode-se adquiri-los em qualquer loja de fios para tricô ou crochê ou você mesmo pode confeccionar um; é bem durável (vale o investimento); confecciona peças para uso próprio e para negociar. Além do mais, trabalhar com esses teares é terapêutico. Quanto ao conserto, se um prego soltar, basta martela-lo de volta. 


TRABALHANDO COM DUAS AGULHAS

Para mim, é o modo mais prazeroso. Ao chegar ao final e ver que a peça foi tecida por você ponto a ponto, não há preço que pague. Mas exige uma certa habilidade, atenção e concentração. Por isso, é mais terapêutico que os modos anteriores.


A vantagem é que o par de agulhas é bem mais em conta que o tear manual, são encontradas em várias espessuras (da mais fina até a mais grossa) e é um bem durável desde que se tenha um pouco de cuidado ao guardá-las. Trabalha-se com qualquer tipo (lã, linha ou barbante) e espessura de fio, confecciona-se qualquer tipo de peça e uma infinidade de pontos fantasia e com uma ou mais cores. E não há limite para a criatividade.

Quando menina, via minha avó tecer meias e luvas com quatro agulhas. Eu achava isso muito difícil. Hoje em dia, este trabalho é facilitado pelas agulhas circulares.

OS FIOS

  
                                cones                   novelo grande           novelos de lã                  

No tricô artesanal o custo maior é o dos fios. Lãs e linhas podem ser encontrados em cones ou novelos. Para trabalhos mais longos como vestidos, calças compridas e casacos compridos os mais indicados são os cones pois evitam as emendas de fios e saem mais em conta. Mas para peças menores, os mais indicados são os novelos.
O tricô é trabalho em carreiras de ida e de volta.

PONTOS BÁSICOS

ponto meia

ponto tricô


O tricô, assim como crochê, possui dois pontos básicos: o ponto meia (também conhecido como ponto Jersey) e o ponto tricô (que é o avesso do ponto meia).

PONTOS FANTASIA

A junção dos pontos meia e tricô, seguidas ou não de laçadas ou de pontos sem tecer, formam uma infinidade de pontos fantasia. Veja alguns:

 




RECEITA DE PONTOS

Alguns desenhos feitos no tricô exigem uma receita. E para seguir essa receita é preciso que conheçamos bem as abreviaturas de cada um dos pontos básicos e de outros usados. Como por exemplo:

carr: carreira
m: ponto meia
t: ponto tricô
laç: laçada (uma ou duas voltas da linha na agulha)
2pj: dois pontos juntos
*2 t, 2 m*: seguir esses pontos até o final da carreira (barra inglesa)
aum: aumentos
dim:diminuições
repetir de * a *: usado quando se tratar de um desenho e devemos repetir os pontos dentro desses asteriscos até o final da carreira.

Veja um exemplo;


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

DO CROCHÊ PARA O TRICÔ


O tricô é bem mais antigo que o crochê. Embora não se saiba onde, quando ou quem começou, sabe-se por achados arqueológicos que é uma prática milenar. E com essas informações pode-se traçar, mesmo que em linhas gerais, um pouco de sua história.

Em escavações arqueológicas foram encontrados vestígios de peças tecidas em lã ou algodão. Por sabermos que esses materiais são facilmente decompostos pela ação do tempo, esses vestígios nos levam a supor que, em épocas muito remotas as pessoas já teciam manualmente.

Em buscas arqueológicas realizadas no Egito, os arqueólogos encontraram pedaços de meias tricotadas que datam de 1.000 anos a/C. Essas peças possuíam muitas imperfeições, porém continham desenhos bastante complicados. Isto que nos leva a crer que, o progresso do tricô foi desenvolvido ao longo de milhares de anos, num processo de tentativas e erros e que fizeram com que essa habilidade chegasse aos dias de hoje.

Uma alusão ao tricô, está expressa na “Odisséia” de Homero e que, provavelmente, data do final do século VIII a/C. Numa das histórias retratadas nessa obra, Penélope, esposa de Ulisses andava triste e preocupada, pois o marido havia saída em viagem e demorava a regressar. Por causa dessa demora, o pai da moça, manda que ela procure um novo marido. Para evitar essa escolha e ganhar tempo, Penélope começa a tece uma túnica e diz ao pai que só fará a escolha quando a terminar. Porém, o que era tecido durante o dia, ela desmanchava durante a noite. Assim, ganhava tempo e esperava que o marido retornasse da viagem. 


Uma outra alusão mais tardia é o quadro “Visita do Anjo”, do Mestre Bertram e que data do século XVI d/C. Nesta obra a Virgem Maria é retratada tricotando uma camisola (blusa) com 5 agulhas.

Arquivo arqueológico da primeira agulha de tricô 

Em 1964, uma equipe de arqueólogos encabeçada por Anne Stine Ingstad e seu marido (ambos noruegueses) descobre uma agulha de tricô numa escavação realizada em L’Anse aux Meadows (Terra Nova, Canadá). Exames realizados com carbono 14 nessa agulha revelam que ela data de 1000 anos de nossa era. Acredita-se que essa localidade tenha sido uma aldeia vicking.

Como se pode perceber por esta pequena cronologia, o tricô é uma atividade muito antiga. Trata-se da habilidade que os humanos desenvolveram ao longo do tempo e que se pode definir como sendo a  “arte de entrelaçar fios por meio de duas ou mais agulhas”. Com isso, pode-se dar ao trabalho a forma desejada, seja ela reta ou circular.

Sabe-se que nossos antepassados usavam como fios o algodão ou lã, devido as atividades agrícolas ou pastoris instaladas na região e, com esses materiais faziam os fios. Mais tarde, descobriram outros materiais como a caxemira e o linho

No entanto, era ainda bastante rudimentar no seu início e poucas pessoas tinham essa habilidade. Presume-se que a massificação dessa habilidade tenha ocorrido no Egito. Mas foi na Europa Medieval que essa prática se tornou constante e utilizada não só no vestuário comum e eclesiástico, como também em tapeçarias e bordados onde as peças de lã ou algodão eram tingidos com várias cores e tinham desenhos diversos e complexos.

O escritor e pesquisador Le Goff afirma que as artesãs medievais teciam e vendiam seus trabalhos nas lojas dos maridos ou de outros grandes comerciantes. 

                                                            Artesã da era medieval

A ocupação da mulher na Era Medieval era uma preocupação constante. Acreditava-se na ocasião, que a mulher tinha maior valia se colaborasse nas finanças da família. Por isso, os pais colocavam as meninas para aprenderem trabalhos manuais peque-nas. Por outro lado,  preocupavam-se  também com o  futuro delas, caso anos  mais tarde enviuvassem ou passassem por situação de pobreza. E sabendo fazer alguma coisa, teriam como sobreviver e se manter.
Primeira máquina de tricotar 

A primeira máquina de tricotar foi  inventada em 1589, pelo inglês William Lee. Essa máquina possuía os princípios  fundamentais de funcionamento e que vigoram nas máquinas da atualidade (século XXI). Porém, apenas no século XIX que essa máquina se popularizou por causa da industrialização.  Desde então, adquiriam grande impor-tância, principalmente nas guerras locais ou mundiais, onde fabricavam o vestuário de civis e militares.

O TRICÔ NOS DIAS ATUAIS

                         
Grupo de mulheres fazendo tricô  

artesã do final do século XIX

Essa habilidade conquistada ao longo das várias eras geológicas vem sendo desprezada desde a chegada da industrialização. No entanto, em meados do século XX foi quase que totalmente abandonada com a pecha de estar ultrapassada. A maioria da população procura cada vez mais os produtos industrializados do que os confecciona. E hoje em dia, essa habilidade é considerada como um trabalho de segunda classe, como passatempo ou como um negócio pequeno ou de pouco valor financeiro. Mas a verdade é que o tricô (assim como o crochê) nunca caiu de moda. Há sempre quem queira uma peça exclusiva e original, já que a indústria confecciona milhares de peças exatamente iguais.


Peça feita em máquina de tricotar industrial, onde  
milhares são produzidas exatamente iguais 

Embora não haja mais a necessidade de confeccioná-las para a sobrevivência como aconteceu na Idade Média, há sempre um lucro extra envolvido para quem se dedica a essa prática. Seja para vender, para o uso pessoal ou da família, por diversão, passar o tempo, costumizar um vestuário fora da moda ou por necessidade de terapia ocupacional, o tricô não impõe limites à criatividade e está constantemente se aperfeiçoando. E sempre é muito bom tricotar.

Os fios são apresentados em novelos, cones, meadas de lãs e linhas 
numa variedade incrível de cores e texturas


As indústrias de fios lançam inúmeros tipos deles (com ou sem texturas, grossuras e em cores variadas, brilhantes ou opacos) que sugerem uma infinidade de desenhos e modelos para as peças. E ainda podem ser combinados com tecidos de texturas variadas, além do couro ou materiais sintéticos.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

VOCÊ CONHECE O CROCHÊ DE GRAMPO?

Dizem que este tipo de crochê foi inventado por espanholas que usavam seus próprios enfeites de cabelos. Em Portugal e na Espanha é conhecido com crochê de grampo. Mas também adquire os nomes de forquilha, garfinho ou telar de jacquar em outras partes do mundo.

formato mais antigo

 
formatos mais recentes

O grampo nada mais é do que uma peça de madeira em formato de U e que possui várias aberturas (3, 5, 7 e 19 cm entre as hastes desse U). E pode ser comprada em qualquer loja que venda lãs e linhas para tricô e crochê. Mas você também pode construir o seu com tubos de PVC.




Com essa peça podemos tecer belíssimas peças para verão ou para o inverno. E é muito fácil e rápido de fazer. O ponto mais utilizado é o ponto baixo.  
Vejam:

 
blusas

echarpe

 
para usar com short ou calças compridas e saídas de praia 


ponchos e pelerines
 
vestidos


além de roupas infantis e tapetes, caminhos de mesa, almofadas, colchas e o que mais sua criatividade te levar a criar.

E para aprender como se faz, é só assistir aos vídeos.


aula 1

aula 2

Gostou? Eu amei... e quero aprender a fazê-lo.