sábado, 14 de janeiro de 2017

A MODA DE 1900 a 1910

Desde a década anterior a 1890 até 1910, a população mundial vivia um momento especial. Um momento de beleza e inovações na cultura, nas artes, na literatura, nos avanços tecnológicos e a paz reinava entre as nações.

A Belle Époque foi um estado de espírito, com um otimismo contagiante e de grandes esperanças no futuro. E esse estado de espírito refletiu na moda.


Na França, com toda da efervescência da Belle Époque, tornou-se um período de beleza e inovação. Em meados da primeira década, Paul Poiret inova levando a cintura para o local apropriado e desapertando os famosos espartilhos, que acabam desaparecendo. A moda agora é o conforto e o luxo dos tecidos mais leves. Em Paris, começa a despontar Gabrielle Chanel, que mais para a frente se tornará a maior estilista do mundo.

Até o século XX, as mudanças no vestuário feminino eram graduais. Uma mulher nascia e morria usando o mesmo estilo de roupa, salvo com pequenas modificações.  Depois do início desse século, as mulheres ansiavam por mudanças. E em grande parte, as mais jovens eram as mais ansiosas.


Com a comunicação e o intercâmbio cultural facilitado pelas invenções tecnológicas da época, os olhos do mundo voltavam-se para dois centros de moda: o da Inglaterra e o da França. Ambos eram copiados, adaptados a qualquer tipo climático e acessíveis a todas as camadas sociais.

A MODA FEMININA

a) NA INGLATERRA

Na Inglaterra no início do século XX, as mulheres viviam o “Período Eduardiano”. Mais uma vez, o espatilho transforma-se num ideal de beleza. Se em épocas anteriores já eram muito justos e apertados, agora apertam-se mais para que as silhuetas femininas tivessem a aparência de “S”.


O luxo e a ostentação eram a tônica dessa moda. Uma mulher, inglesa e refinada tinha um “figurino” para cada ação do dia. Havia vestimentas apropriadas para o café da manhã, para o almoço com a família, para o almoço no campo, outra para o almoço na cidade. Tinham roupas de verão, de inverno e das estações intermediárias. Vestidos para as tardes, para os passeios no campo e os da cidade e os de viajar. Havia roupas para o chá, para o jantar com a família, para o jantar com convidados. Tinham também roupas esportivas diferentes para as caçadas e para cavalgar. Tudo era muito cerimonioso, pomposo e protocolar.

 

As mulheres não usavam maquilagem para parecerem brancas e pálidas, pelo conceito de que elas eram frágeis. Era costume também, para manter a palidez e manter a silhueta fina como resquícios da era vitoriana, tomarem uma pequena dose de arsênico. Não satisfeitas com suas próprias medidas e do uso do terrível espartilho, para conseguirem ficar com uma cintura de 40 cm as mulheres da alta sociedade retiravam as costelas flutuantes.


O exagero e a ostentação marcavam a moda inglesa. O volume excessivo de penas, rendas, bordados, plissados, rufos, lantejoulas, pérolas e outros enfeites eram a tônica dos trajes femininos. Já as mulheres comuns não tinham dinheiro, nem tempo para tanto luxo. De resto, a moda mudou muito pouco, apenas os vestidos assumiram tons mais claros e a cor mais usada era o branco. Para os esportes, a novidade foi o surgimento das saias-calças.

Os chapéus continuavam exagerados no tamanho e nos enfeites. Para fixa-los na cabeça eram necessários grampos.


b) NA FRANÇA

 
A Belle Époque foi um estado de espírito, formado por um otimismo contagiante e grandes esperanças no futuro. E esse estado de espírito refletiu na moda francesa. Foi um período de beleza e inovação no vestuário.

Modelos da MaisonWorth antes de Poiret

Em 1905, a Maison Worth, a loja de moda mais famosa, chique e prestigiada da época, exibia modelos vistosos e extravagantes de acordo as novidades da época. Os tecidos e suas estamparias, os turbantes, os diademas, as plumas faziam da moda um jogo imaginário entre a arte e os contos das Mil e Uma Noites, motivo pelo qual agitava o imaginário feminino.

 

 
Modelos da MaisonWorth após Poiret 

Mas Poiret tinha uma preocupação: o conforto feminino. Aboliu os espartilhos, usava tecidos muito leves, com novos cortes e novas cores. O luxo, segundo ele, estava nos tecidos com que confeccionava suas roupas e nos acessórios. Mas o ponto alto da inovação de Poiret foi a colocação da cintura dos vestidos na cintura do corpo e encurtando as saias dos vestidos na moda para o dia a dia.
Moda de Poiret em 1905: sofisticação
Com o encurtamento das saias, os sapatos ficaram à mostra. Os tornozelos e um pedacinho das pernas também ficaram visíveis (o que ainda era um despudor), embora fossem cobertos por meia em tons escuros.
Inovações de Poiret no final da década
A Bélle Epóque foi um tempo de luxo, bom gosto, sofisticação e praticidade e todos mostravam que a vida era boa para se viver com imensa alegria. E foi nessa mesma época, começa a despontar no cenário da moda francesa a maior estilista de todos os tempos: Gabrielle (Coco) Chanel. 
Gabriele (Coco) Chanel 
Coco era chapeleira numa cidade campestre. Mas, transformando suas próprias roupas entra no mundo da moda. Ela tinha um estilo próprio, que chocava a princípio, mas que em pouco tempo, todas as mulheres queriam remodelar o seu vestuário.

A MODA MASCULINA
 


A moda masculina também se tornou mais prática e simples. Apesar do aspecto de uniformização, pois todos os homens e rapazes se vestiam de maneira semelhante (calças compridas, paletó, colete e gravata), ficavam muito mais elegantes e charmosos. Na cabeça, cabelos mais curtos e chapéu. Nos pés, sapatos fechados e brilhantes e meias escuras. Era uma moda sóbria com cores claras para o verão e mais escuras, no inverno. A qualidade dos tecidos determinava seu status e a vida profissional.