sábado, 12 de março de 2016

O AVANÇO DOS FILMES FOTOGRÁFICOS

As primeiras películas ou filmes fotográficos eram feitas com triacetato de celulose. 
Novas pesquisas foram feitas para que fossem melhoradas e foram evoluindo com o tempo. E trouxeram novidades na exposição, na sensibilidade, na cor e nos formatos.
Chama-se “exposição”, quando o filme recebe certa quantidade de luz. Nos primeiros filmes a exposição era realizada manualmente. Com o tempo e com a evolução das câmeras elas eram acionadas automaticamente pela presença de uma lâmina chamada “obturador”. E com os novos filmes, o tempo de exposição passou a ser cada vez menor.
A diminuição do tempo de exposição se deve às pesquisas sobre materiais com que eram feitos os filmes e da incidência de luz sobre esses materiais. Pesquisas realizadas sobre a sensibilidade desses materiais, descobriram que alguns materiais eram mais ou menos sensíveis a luz. Dentre todos os materiais pesquisados, os que continham sais eram os mais sensíveis. Descobriram também que os grãos de sais mais finos, médios ou mais grossos produziam efeitos diferentes nas imagens impressas nos filmes, tornando-as mais nítidas ou embaçadas. E os pesquisadores passaram a explorar essas imagens com motivos diferentes.
Os fabricantes de filmes e de câmeras perceberam que somente as elites tinham o prazer de fazer uso deles devido ao alto custo. E vislumbrando lucros maiores e mais constantes, passaram a querer que fossem mais populares. Mas, para isso, era necessário que se estabelecesse um padrão sobre a sensibilidade dos filmes. 
As primeiras instituições a tentar criar esse padrão foi a American Standards Association (ASA) nos Estados Unidos e a Deutsches institut für Normung (DIN), na Alemanha, e outra na União Soviética denominado GOST, que logo caiu em desuso. No entanto, eram padrões localizados e não atingiam o mundo todo. Pouco mais tarde, a instituição americana e a alemâ se fundiram e formaram a International Organizacion for Standardization (ISO), existente até agora.
O sistema ISO classifica a sensibilidade dos filmes fotográficos por um valor numérico. Assim, quanto maior for o valor do ISO, maior será a sensibilidade do filme. Os filmes mais comuns são os de ISO 32, 50, 64, 100, 125, 160, 200, 400, 800, 1600 e 3200. Dessa maneira, de acordo com a sensibilidade os filmes são classificados da seguinte maneira:
Os filmes de ISO 32, 50 e 64 são de baixa sensibilidade, próprios para retratos, paisagens e temas da natureza em dias claros e de sol forte ou com flashes potentes. São próprios para captar detalhes e contrastes fazendo com que as fotos e suas ampliações tenham boa resolução.
Os filmes de ISO 100, 125, 160, 200 e 400 possuem sensibilidade média, são mais populares, usados com luz variada, isto é, as fotos podem ser tiradas tanto em dias ensolarados ou em dias nublados. Quanto aos flashes, podem ser de baixa potência.
Por fim, os de ISO 800, 1600 e 3200 são de alta sensibilidade. São próprios para ambientes de pouca luz e não necessitam de flashes. São otimos para profissionais que procuram captar um movimento específico, como os do balé ou dos esportes.
No início, havia um rolo único onde se conseguiam até 100 fotos. Quando a última foto era batida, o usuário precisava procurar o fabricante para trocá-lo. Com a popularidade, os fabricantes começaram a achar que os filmes deveriam ser mais práticos, podendo ser trocados pelos próprios usuários. Por esse motivo, as indústrias passaram enrolar os filmes com menos quantidades de imagens e em bobinas menores. Por isso, criaram o “CÓDIGO DX”.


Esse código nada mais era do que uma informação da ISO ao usuário explicando o uso correto quanto a luminosidade e inscrito nas bobinas. De meados século XX em diante, as câmaras faziam os ajustes automaticamente. Nas câmeras profissionais esse ajuste podia ser alterado para que os fotógrafos pudessem escolher o melhor efeito para o trabalho em desenvolvimento.

Os primeiros filmes eram em preto e branco porque as películas eram produzidas em negativos que produziam imagens com variação de uma só cor (monocromático). E se o usuário quisesse uma imagem colorida, devia fazê-la a mão, tal e qual era feito no cinema.
Após 1888 começam a surgir os primeiros filmes fotográficos coloridos pois, as películas eram feitas com negativos em cores. Estes filmes destinavam-se a impressão e ampliação em papel. A partir da década de 0 os filmes tinham transparência e eram coloridos e serviam para projeções (slides) e para trabalhos gráficos (cromos) muito utilizados em revistas. Os filmes em preto e branco continuaram existindo por mais algum tempo por serem mais populares.

Outra novidade diz respeito ao formato dos filmes fotográficos.
No início os filmes não tinham um formato padrão. Uns eram mais largos, outros muito estreitos. Como os fabricantes queriam popularizar seus produtos, as medidas desiguais tornavam-se num problema, pois não se ajustavam ás câmeras que ficavam cada vez menores.
Quando um filme não era compatível com a câmera, provocava alteração de qualidade e na nitidez das imagens. Para profissionais e artistas era uma nova experimentação, mas para o usuário comum era um transtorno. Assim acharam por bem padronizar o formato dos filmes no mundo todo.

conhecidas como câmeras espiãs - filmes de 16 mm
 Um filme de largura estreita (de 16 a 35 mm) foi considerado como tendo um “formato pequeno”. Servia para as câmeras de pequenas dimensões. Os de 35 mm eram mais adequados ao uso popular. Já os de 16 mm passaram a ser usados no cinema.
Os filmes de 60x45, 60x60, 60x70 e 60x90 mm de largura eram considerados como de “formato médio”. Destinavam-se a fazer 12, 24, 36 fotogramas e eram mais usados por profissionais nos estúdios fotográficos, em propaganda e eventos sociais.

Já os filmes de “formato grande” eram usados em estúdios e em trabalhos que exigiam alta qualidade de resolução e precisão da imagem fotografada. Esses trabalhos exigiam cuidados especiais e estavam ligados a arquitetura e publicidade.

quarta-feira, 2 de março de 2016

OS PRIMEIROS FILMES FOTOGRÁFICOS

Se assim podemos chamar, as placas de vidro foram os primeiros filmes fotográficos que existiram. Eram pesadas, rígidas e frágeis. Por outro lado, tinham que ficar muito tempo expostas à luz.

A placa de vidro a que me refiro no parágrafo
 anterior é onde está a imagem.

Por isso, as primeiras pesquisas foram para modificar essas placas. E foi Richard Leach Maddox, um inglês que, em 1861, passou a fabricar as primeiras placas secas feitas com uma gelatina de colódio. Mas, deixava resíduos de sal.

placa de vidro com colódio

Em 1864, uma nova placa feita de brometo de prata que foi misturada nessa gelatina. Era bem mais leve que a anterior, mas também deixava resíduos salinos. A novidade era que esses resíduos podiam ser facilmente retirados com uma lavagem em água corrente. A novidade fez com que grandes empresas as fabricasse em grande escala, dominando o mercado nos anos seguintes. Enquanto isso, novas pesquisas se dedicavam na busca de um material mais flexível.



John W. Haytt, um americano, marcou o início de novas transformações no ramo fotográfico ao descobrir a celulose, em 1870. Um material mais fino, leve, flexível e que podia ser enrolado em bobinas facilitando o transporte.

Em 1884, George Eastman e dois sócios lançavam no mercado um rolo de negativos com a capacidade para cem fotos. Mas tinha um inconveniente: as máquinas fotográficas precisavam voltar ás fabricas para recarregar com um novo rolo de filme.
rolo de filme de celulose

Já em 1889, surgiram os filmes flexíveis transparentes feitos com nitrocelulose dissolvida em álcool de madeira. A nova descoberta foi posta à venda e dominaram o mercado da época.

Em 1891, a novidade foi que os rolos de filmes podiam ser carregados à luz do dia. Dois anos depois, os rolos de filmes eram vinham envolvidos numa embalagem de segurança.

filme com nitrato de celulose


O grande problema desses filmes é que eram inflamáveis. Por isso, foram substitutos alguns anos depois (1908) por filmes feitos com nitrato de celulose. E as inovações não pararam por aí. Em 1950, o nitrato de prata foi substituído por triacetato. 


Em 1956, este último foi substituído por poliéster com a vantagem de ser mais durável, mais resistente à umidade e favorecer a claridade óptica.