domingo, 16 de outubro de 2016

MODA IMPÉRIO

Com o final da Revolução Francesa, o país se deparou com muitas dificuldades. Uma delas, a financeira era uma das mais graves. A outra, uma briga pelo poder entre dois grupos: os girondinos e os jacobinos. Nessa disputa, os jacobinos assumiram o poder. Porém, embora quisessem fazer muito pelo país, detestavam que alguém discordasse de suas ideias. E pouco depois, o discordante era encontrado morto. E o povo continuava desgostoso e inconformado com a situação.


No entanto, os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade espalhava-se pelo mundo. No meio de tudo isso, havia um general de quem o povo gostava e simpatizava por sua bravura: o general Napoleão Bonaparte. Por isso foi aclamado “primeiro-cônsul” pelo povo. Era um cargo importantíssimo e esse título duraria enquanto vivesse (vitalício). Aproveitando o desgosto popular e a importância do título, Napoleão e seus aliados girondinos promovem um golpe militar e derrubam o governo.  Em 1799, Napoleão Bonaparte assume o poder e declara uma ditadura. Seu governo era bastante autoritário. Em 1804, se autoproclama “Imperador da França”. Seu sonho era transformar a França numa grande potência mundial. E não mediu esforços para tornar seu sonho numa realidade. Para ampliar os domínios franceses entrou em guerra com inúmeros países europeus, inclusive com a Inglaterra.

A MODA FEMININA

Bonaparte queria fazer da França o centro mundial da moda. Apesar da vida difícil, não faltava aos franceses, elegância e bom gosto.


O destaque de moda deste período foi a imperatriz Josephine, esposa de Napoleão. Tudo o que vestia era copiado pelas mulheres do mundo todo. Uma moda e um estilo que ficou conhecido como “MODA IMPÉRIO”.

Os vestidos da moda império não variavam muito da moda diretório. Eram como um camisolão, inspirados na moda da Grécia Antiga. Eram soltos, mais amplos na parte da barra da saia do que na cintura e longos até os tornozelos. A cintura era alta (logo abaixo do busto) e com farto decote. As mangas eram curtas e bufantes. Embora simples e com pouquíssimos ou nenhum enfeite, marcaram época e mostraram o status social de quem os usava.

 
roupas para a noite

A marca inovadora destas roupas foi a diferenciação entre roupas usadas durante o dia e as usadas à noite. Haviam vestidos para cada ocasião: para ficar em casa, para encontrar as amigas, ir a compromissos sociais no período da tarde, para cavalgar, para os torneios e caçadas, para viajar etc.

roupas de montaria e para passear nas tardes francesas

As roupas do dia podiam ter gola ou não, mangas compridas ou curtas e não tinham nenhum enfeite. Já os vestidos de noite, o uso de rendas era permitido, principalmente, se fosse noite de gala.

As cores marcavam o status e o estado civil das mulheres. O branco era usado em eventos realizados à noite. Podiam ser enfeitados com rendas, fartos decotes e um tecido comprido extra, preso nas costas ou num só ombro, que funcionava como um xale e que era levado para a frente ao ser seguro por um dos braços e que davam um ar de graça e elegância. Faziam uso também luvas longas até os cotovelos.

As cores para as moças "casadoiras" variavam: rosa, lilás e azul em tons claros. Já as casadas usavam os tons mais fortes como o roxo, o vermelho, azul, amarelo e o preto.

O corset também era usado para delinear a silhueta, mas sem apertar demais como na moda rococó. Os corset escondiam aquelas gordurinhas a mais.
Destaque para o estado civil das mulheres: 
a de vermelho (casada); a de branco (solteira)

Como os vestidos eram confeccionados com tecidos finos e muito transparentes, era necessário que essa transparência não tornasse vulgar as mulheres e moças que o usavam. Por isso, criou-se a lingerie. Fazia parte dela: uma espécie de “combinação” longa como o vestido na cor da pele; uma peça usada no busto para segurá-los sem que ficassem achatados (primórdios do sutiã que usamos hoje) e uma espécie de calçola (tipo pantalona) que ia até os tornozelos.

retícula - primórdio da bolsa

Aos poucos, os rufos (mais discretos) foram voltando a ser destaque na moda. O xale (preso ou não) era essencial para a elegância feminina. Como acessórios importantes estavam as luvas, as sombrinhas, os leques e a retícula (um saco do tecido do vestido com uma alça fechava essa espécie de bolsa com um franzido. Completava o figurino, os sapatos como baixos e sem salto presos ao tornozelo, como as sapatilhas das bailarinas.

Os cabelos eram naturais, repartidos ao meio e soltos em cachos ou presos. As mulheres casadas e elegantes não saíam às ruas sem o uso dos “bonnets”, uma espécie de touca de tecido com uma aba franzida e as laterais cobriam as orelhas enfeitadas com rendas e amarradas ao pescoço com uma fita (semelhantes ás toucas de bebês). Os enfeites destes bonnets podiam ser: rendas, rufos, fitas e laços.

Alguns "bonnets":



MODA MASCULINA

Os homens adotaram o modelo inglês. Na França recebeu o nome se “dândis”. As peças do vestuário masculino eram justas ao corpo e que deixava os homens mais elegantes.


O dandismo era uma moda simples e prática. O tecido preferido era a casimira, um tecido inglês que não amassa com facilidade. Uma moda composta de peças básicas como a casaca, o colete, a calça e a camisa. A camisa era como a de outras épocas, variando apenas no colarinho que agora é duro e com as pontas voltadas para cima projetando-se para o rosto. Firmava-se o colarinho com o “plastrom”, uma espécie de lenço retangular feito de gaze. Esse tipo de colarinho dava um ar de arrogância a quem o usava. Mas era só um ar mesmo, porque na verdade, impedia a pessoa de virar ou de abaixar a cabeça. As camisas eram enfeitadas por babados.

O colete era curto e aberto na frente para mostrar os babados da camisa. As calças eram justas ao corpo e não coladas a ele, como aconteceu no rococó. Os homens não achavam bonito mostrar suas formas. A casaca tinha um corte quadrado e presas por botões (novidade da época).


Os cabelos eram naturais e curtos e era permitido o uso de costeletas ou bigodes. E completava o figurino a cartola ou o bigorne e a bengala.

A cartola todo mundo conhece, devido a copa alta. O bigorne era uma cartola com a altura duplicada. E para dar um charme a mais, o uso da bengala ia dos jovens aos senhores mais idosos.

Nos pés, os scapans. Usados com meias de seda branca, somente nas festividades noturnas. As botas para o dia a dia e a calça mais larga e para dentro das botas somente era permitido nas caçadas e para a montaria.

Assim na moda feminina, a moda masculina foi se modificando com o tempo. Os colarinhos cresceram em altura, e os homens passaram a usar um “tipo de corset” para afinar a cintura. Para não ser confundido com o corset feminino, chamaram-no de   “cinta” ou “vestes”. 

No começo era uma moda estranha. Mas com o tempo, todos os homens aderiram a ela. Uma  moda que vai até a metade dos anos de 1820, quanto tem início uma nova era na França.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O VESTUÁRIO NOS TEMPOS DA REVOLUÇÃO FRANCESA


A corte francesa vivia em meio ao luxo e riquezas. Gastavam muito com a decoração dos palácios, exagero nas roupas, com guerras com outros países, estava produzindo muito pouco e cobrava impostos altíssimos para sustentar o luxo da corte. O povo estava insatisfeito e já não aguentava mais.


Em 1789, diante de tanta injustiça e desagrado, explode uma revolução, que ficou conhecida como “Revolução Francesa”. Havia muitas batalhas entre o povo e os governantes por todo canto. Muita gente foi presa (ou morta) de ambos os lados. Os monarcas e seus aliados lutavam para manter o poder e seus privilégios. O povo lutava pela liberdade, igualdade de direitos e mais humanidade nas relações entre todos. De 1789 a 1799, a França viveu tempos difíceis.


Embora os monarcas vivessem se indispondo com a Inglaterra, todos gostavam das ideias e dos tecidos fabricados pelos ingleses. E é claro, que a monarquia inglesa estava sempre de olho nos acontecimentos da França. E sabendo do descontentamento do povo em relação aos excessos da corte, tratou de “botar suas barbas de molho”.


Em 1760, a maioria dos burgueses ingleses viviam no campo. Vivam sem o luxo da corte e se vestiam de acordo com a região campestre onde moravam. Vestiam-se com roupas mais práticas e simples, mas sempre muito distintos e elegantes.  E nos tempos difíceis que a França passava, essa moda chegou por lá.

É claro que os costureiros e alfaiates franceses, que ganhavam muito dinheiro e prestígio com os exageros e luxos da corte, não gostaram e diziam que era uma moda para o “populacho”. No entanto, diante das dificuldades financeiras que todos enfrentavam, não restava outra alternativa senão aceitá-la.

Em 1794, o povo francês conseguiu dominar o poder e tomar as rédeas da situação. Mas ainda aconteciam batalhas aqui e ali. Foi escolhido um grupo de pessoas para governar a França por um período de cinco anos e que ficou conhecido como “ período diretório”. Em 1799, finalmente, a revolução acabou. Mas a situação ainda estava muito complicada para os franceses que tiveram que reconstruir o país e colocá-lo nos eixos.

Assim, a moda das roupas campestres, simples e práticas, continuaram até 1815 e ficaram conhecidas na história do vestuário como “moda diretório”.

 

MODA MASCULINA

A moda era agora uma roupa mais simples e ganhando tons mais escuros, portanto, mais sóbrias. Também perderam os galões, os bordados e as pedrarias. As perucas foram abolidas, mas deixar de usá-las foi a gradual. A moda agora eram os cabelos ao natural.

O corte das roupas e as costuras perfeitas eram as marcas da qualidade do vestuário. As calças continuaram abaixo do joelho e justas nas pernas (tipo corsário), mas não tão justas como anteriormente. As calças tinham bolsos (do tipo faca).

Os coletes ficaram mais curtos e os casacos, mais compridos. É quando aparecem os fraques. Todos em tecidos lisos. Os colarinhos das camisas ficaram mais altos e podendo ser usado com um lenço ao redor do pescoço e sobre o colarinho.

Os sapatos também mudaram. Eram agora “scarpins” e usados com meias de seda longas e brancas nos eventos à noite. Usavam também chapéus de copa alta, precursores da cartola.


A MODA FEMININA




A mudança na roupa feminina foi drástica. Foram abolidos os tecidos pesados, as ancas e outras armações, os corselets e panniers e feitos com tecidos finos como a cambrais, a musselina e o morim vindos da Inglaterra. A cintura subiu ficando na abaixo do busto. 

A saia era longa e ampla. Como esses tecidos eram transparentes, as mulheres usavam uma espécie de combinação branca ou rosa por baixo desse vestido. O decote ainda era bastante pronunciado, mas podia ser usado com uma camisa por baixo.  Havia pouquíssimas diferenças entre as roupas do dia e as da noite. 

No inverno usavam por cima um spencer curto (tipo bolero) da cor do vestido e no inverno, um casaco longo (chamado redingote) enfeitado com pele de animais.


Como os tecidos dos vestidos, por serem quase transparentes, não admitiam bolsos. As mulheres então, usavam uma bolsa feita de tecido (tipo saco) que denominavam "retícula". Os sapatos eram na verdade, sapatilhas baixas e sem salto. O chapéu eera indipensável.


A MODA INFANTO-JUVENIL


 

Os meninos e meninas, rapazes e moças passaram a se vestir semelhante aos  adultos do seu gênero.