sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O VESTUÁRIO DOS PERSAS E DO INÍCIO DA IDADE MÉDIA

Os persas foram um dos primeiros povos a medir e cortar os tecidos para ajustar e modelar a roupa ao corpo. Agindo dessa forma sentiam que as vestes ficavam mais confortáveis e os movimentos eram mais livres, facilitando a caça e os trabalhos domésticos.

Os homens vestiam calças justas nas pernas, túnicas curtas e casacos. As roupas femininas eram parecidas com a dos homens, com pequenas diferenças. O uso de franjas em suas vestes era a marca principal deste povo.

Por viverem em regiões montanhosas, seus trajes eram feitos de linho e de seda trazidos da China, para os dias mais quentes. Para o inverno usavam a lã. A domesticação de ovelhas permitiu aos persas uma lã mais fina e mais colorida que os outros povos.
O calçado completava a indumentária. Eram fechados (tipo botinhas) feitos de couro cru e amarrado aos pés por tiras do mesmo material. Os coturnos (botinhas até a canela) diferenciavam o status social mais alto. Mas eram bem flexíveis e tinham as pontas afinadas e voltadas para cima.

Os persas também gostavam de se enfeitar. A barba e os cabelos compridos eram símbolo de poder. Os reis costumavam usar barbas postiças, cuidadosamente tratadas e conservadas. A riqueza dos enfeites usados nas roupas, mãos e pendurados ao pescoço também determinava o status social.

O VESTUÁRIO NA IDADE MÉDIA

Entre os séculos V a XV d.C, Idade Média, aconteceram várias diferenciações na costura, por conta da habilidade dos artesãos. As vestes ficaram mais refinadas, costuradas com capricho. Nessa época, as vestes masculinas compunham-se de três peças: uma espécie de calça, a túnica, o manto e a touca.


A “calça” era bem justa e que cobria os pés (uma espécie de meia) com ponta fina, feita de algodão ou linho. As túnicas podiam ser curtas na altura do quadril ou mais longas até o joelho, com cavas bem grandes e que recebia o nome  de  “pelotes”, eram feitas de linho ou cânhamo para serem usadas no verão.  Tinham bordados nas cavas, muitas vezes com aplicação de jóias e pedras preciosas. No inverno, as pelotes eram feitas de couro. O manto era feito de cânhamo e usado no verão. O de lã, era usado no inverno. Na cabeça usavam uma touca feita de tecido enrolado e preso com pedrarias.

Já os trajes femininos da nobreza eram formados por um vestido de corte reto, simples e longas, de mangas longas e largas nos punhos e decotes bem junto ao pescoço chamada “brial”. Sobre esse vestido usavam a “sobrecota ou pelote”, uma túnica de cavas grandes e que podia ter ou não uma cauda. Esta túnica, geralmente, recebia bordados em todas as bordas ou aplicação de jóias e pedrarias. Na cabeça usavam uma touca (crespina) presa por um lenço que passava sob o queixo. Durante o inverno, usavam um manto longo com um capuz. 


Os sapatos de homens e mulheres eram feitos de couro e tinham bico muito fino, feito o dos persas.

Já os homens e mulheres mais pobres e que formavam a maioria da população tinham roupa bem mais simples. 

Os homens usavam uma calça ajustada ou larga nas pernas ou um camisão largo, com ou sem pelote e a touca. No inverno, usavam um pequeno manto (até os ombros) com capuz. 
As mulheres do povo usavam um vestido longo de mangas compridas, o “pelote” e um de avental sobre o ele. Na cabeça, uma touca feita com um tecido ou um manto curto. Os sapatos de ambos era uma espécie de bota de bico fino feita de couro.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

AS VESTIMENTAS DA ANTIGUIDADE (parte II)

AS VESTES GREGAS
As artes e a arquitetura de suas cidades apresentam o retângulo como figura geométrica básica. Apreciavam mais o valor estético do que o erotismo. Adoravam tudo o que era belo, simétrico e prático. E esta preferência também aparece em suas vestimentas. A preocupação com a beleza estética dos corpos também era grande.

No século VII a I a/C, a veste grega mais comum era o “chiton ou quiton ”, uma túnica que nada mais era do que um retângulo de linho preso a um dos ombros com agulhas, chamadas “fíbulas”. E como suas vestes tinham que se harmonizar com o corpo de quem o vestia, o lado preso poderia ser do lado direito ou esquerdo desde que tudo ficasse em harmonia com os ornamentos (bordados) que utilizavam na barra do corte do tecido.
O linho, a lã, o algodão e a seda eram tecidos conhecidos pelos gregos e estes os teciam artesanalmente. E dessa forma, suas roupas diferenciavam-se em vestes de inverno e de verão. Os quitons feitos de seda eram usados em ocasiões muito especiais.

Os gregos diferenciavam os quitons femininos dos masculinos. Os quitons femininos recebiam o nome de “exomídes”. Era uma túnica presa num ou nos dois ombros presos por um broche ou por fíbulas. Para marcar a cintura usavam um cinto bordado, um cordão ou uma correia de couro. Os exomídes eram decotados e apareciam em duas versões de comprimento: até os joelhos (para garotas e moças solteiras) e até o tornozelo (para as casadas e senhoras mais idosas). E para complementar o traje, usavam o “pharós” (um vestido jônico) que funcionava como uma espécie de xale, cobrindo a cabeça e o corpo.





Já as vestes masculinas eram compostas pelo quiton solto e preso num ombro só e no inverno usavam o “himation”, um tecido de lã que cobria o corpo todo, branco ou da cor do fio (mais para o creme). A simplicidade e a elegância eram a marca principal dessa cultura.
Os sapatos completavam o vestuário e chegaram a lançar moda entre os povos de sua época porque foram os primeiros a observarem que os pés esquerdos e direitos precisavam de moldes diferentes.

Os homens usavam sandálias mais fechadas por tiras de couro davam um tom mais sóbrio a elas. Já as mulheres usavam as sandálias com menos tiras, portanto mais abertas e simples.

O VESTUÁRIO ROMANO

No último século a/C, os trajes romanos eram fortemente influenciados pelas culturas grega e etrúria (povo bárbaro). Usavam uma túnica solta e por cima, um retângulo mais estreito, que funcionava como um chalé e recebia o nome de “toga”. Semelhante aos egípcios, era a toga quem diferenciava os ricos dos pobres. Mas homens e mulheres usavam basicamente o mesmo tipo de roupa.






Em Roma, o traje civil dos ricos era formado por dois tipos de roupa. A primeira, era composta por uma túnica feita de linho ou lã que cobria todo o corpo e conhecida como “túnica”. Por baixo desta túnica, usavam uma calça feita de pele que ia até os joelhos (de origem etrúria) e era chamada de “femoralina”. Após longo tempo de conquistas e aprendizado de diversas culturas, os romanos passaram a umas túnicas com mangas retangulares e aparentes até os cotovelos (a “stola”) por cima da túnica básica. Complementava a vestimenta masculina a “palla”, um manto retangular (semelhante aos gregos) que envolvia a cabeça e o corpo e caía sobre um dos braços e por ele era segura.



Para as mulheres, complementava sua vestimenta o “flammeum”, um manto retangular (semelhante ao dos gregos) que variavam no desenho dos bordados e na cor  e que envolviam a cabeça e o corpo. Eram coloridos (principalmente o laranja) e usados por mulheres. E sobre ele usavam coroas de flores ou de pérolas para fixá-lo.

Os tecidos mais utilizados eram o linho (mais comum), a lã e a seda de várias cores (técnica de tingimento de fios aprendida com os egípcios). As mulheres usavam as roupas íntimas de linho, as “stolas” com mangas mais longas e que cruzavam no peito.




Os romanos pobres usavam uma túnica e uma toga, amarrada por um cordão marcando a cintura. Em contato com os escravos de outras culturas, os romanos da plebe aprenderam a fazer tintas de origem vegetal e também passaram a usar roupas mais coloridas.

Os meninos usavam uma túnica curta até o meio da coxa, amarrada a cintura por um cordão. Os meninos ricos ainda usavam um cordão preso ao pescoço com um pêndulo em forma de concha (como uma medalha) e que era abandonado quando recebiam a primeira toga, como uma transição para a vida adulta e sinal de virilidade.




Os escravos usavam uma túnica curta (até a coxa) simples e sem mangas feita em algodão. Já os servos, usavam uma túnica mais longa (até os joelhos), simples e com mangas.






Os romanos, ao contrário dos gregos, gostavam de se enfeitar com bordados, jóias e acessórios. Esses enfeites tinham como objetivo motivos religiosos e podiam ser objetos da natureza (animados ou inanimados), ou feitos pelo homem, desde que lhes fossem atribuídos poderes sobrenaturais ou mágicos e cultuados. Já as jóias eram confeccionadas com ouro, diversas pedras preciosas ou semipreciosas, cobre, bronze e ferro. Mas a preferência era a pérola.

Os romanos possuíam uma variedade de calçados. No entanto, três tipos eram os mais usados: a) o “soleae”, um calçado de sola simples atada ao peito do pé por duas correias, muito confortável e ideal para ser usado em casa. b) o “calceus”, um tipo de sandália mais formal e fechada, mas confortável. Própria para ser usada com a toga. Faziam uso dela os camponeses, legionários e homens para ficar em casa. c) o “calceus patricius”, um calçado fechado, que subia até a barriga da perna e atada com tiras cruzadas. Era apropriada para os homens. d) o “pero”, uma espécie de sandália aberta, com tiras e amarrada na altura do tornozelo. Era mais usada pelos romanos pobres. E) a "caligae”, usada pelo exército e era formado por uma sola reforçada, com cravos de ferro ou cobre.
Completava o vestuário o calçado, outra marca do status social. Essa diferenciação se dava pela cor dos calçados. Os brancos eram para os ricos e os marrons para os pobres e para o exército.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

AS VESTIMENTAS DA ANTIGUIDADE (parte I)

Após a invenção da tecelagem, a fabricação de tecidos se tornou popular e presente na maioria dos agrupamentos primitivos. Com os tecidos, como já vimos, os povos cobriam o corpo ou serviam como cobertores ou tapetes. Mas início, as vestimentas eram incômodas porque caíam com facilidade, o que atrapalhava as atividades dos caçadores. Ainda na Pré-História, a invenção de uma nova ferramenta foi muito útil: a agulha.


Estima-se que a agulha tenha sido inventada a cerca de 30 milênios a/C. Eram agulhas rústicas, feitas de ossos, madeira ou marfim. Com elas, os povos da antiguidade podiam perfurar peles de animais e os tecidos. E unindo-os uns aos outros, inventaram a costura e puderam fazer vestimentas desde as mais simples e práticas até as mais elaboradas.
As técnicas da fabricação de tecidos foram melhoradas aos pouquinhos. Mas a experimentação os levou para outros caminhos. E utilizando a vegetação natural do ambiente, passaram a fazer fios a partir de fibras vegetais naturais. O resultado foi a criação de novos tipos de tecidos como os de linho e os de algodão.

Na idade antiga, de 6.500 a 400 a/C, numa região localizada no Centro-sul da Turquia entre os rios Tigre e Eufrates, vivia uma civilização que se preocupava com a vestimenta. Essa preocupação não era sobre o tecido ou o modelo, mas porque o povo desse lugar tinha o maior respeito pelas pessoas que costuravam. Foram eles os primeiros a instituírem a costura como uma profissão, ao lado da agricultura e da domesticação dos animais. Em contrapartida, conhece-se pouco sobre essa civilização. Historicamente, sabe-se que viveram  cerca de 2 milênios e meio de anos a/C e os dados de que se tem notícia quanto ao seu vestuário, vem de referências arqueológicas realizadas em 1988, com a descoberta de desenhos e pinturas em jarros, potes e vasos desgastados pelo tempo e encontrados durante as escavações.  Esses objetos retratavam pessoas com suas vestimentas habituais.

AS VESTES NA MESOPOTÂMIA
Na Mesopotâmia do 4º milênio a/C, tinha um povo era criativo e habilidoso na arte de tecer e costurar com as agulhas. No entanto, preferiam usar saiotes feitos de peles.





AS VESTES EGÍPCIAS.
Os egípcios conheciam o tear e algumas técnicas e sabiam manejar as agulhas. Seus tecidos preferidos era os de fibra vegetal, tendo como preferido, o linho. No entanto, também conheciam o algodão.
Foram os egípcios os primeiros a utilizarem os tecidos como uma forma diferenciar as pessoas por sexo e por classes sociais.



A roupa dos faraós era muito especial e se diferenciava de toda a população. Essa vestimenta recebia o nome de “Kalasyris”. O kalasyris era composto do “chanti” (uma espécie de saia colocada sobre a tanga, quase transparente feito de um linho de fios muito finos), do “neket” (uma espécie de cinto feito de linho mais grosso, em formato triangular, cravejado de ouro e pedras preciosas) e o “hosch” (uma espécie de capa pequena ornamentado com ouro e pedras preciosas). O hosch era usado sobre os ombros e o peito nú. Completava o figurino uma sandália (feita com fibras de papiro) ornamentada com pedras preciosas em tons de azul turquesa ou de lápis-azul e ouro.

sandália egípcia de fibra de papiro

Os homens da corte e das classes mais abastadas usavam o chanti e o neket, o hosch e as sandálias. Tudo mais simples e um pouco mais grosso que as do faraó.
   O faraó e sua guarda pessoal

Os homens pobres que compunham a maior parte da população, usava somente uma túnica de algodão branco. Já os escravos, usavam apenas a tanga (geralmente de algodão rústico) ou viviam nús. E ambos andavam descalços. 
As mulheres dos faraós usavam uma túnica longa de linho muito fino na cor branca, que lhe cobria quase todo o corpo e era chamada de “loriga”. Tinha a forma tubular justa (parecendo malha) e enfeitada com ouro e pedrarias. Completava o vestuário a “túnica de Isis”, uma espécie de manto retangular e muita maquilagem. Os olhos eram bem marcados com uma linha de tinta preta e sombra verde. 

 

No tocante aos penteados, raspavam os cabelos para evitar os piolhos devido ao forte calor da região. Em seu lugar, usavam perucas altas e com cortes diferenciados e inspirados nas deusas de sua religião. E depilavam o corpo todo. Usavam brincos e pulseiras e outros adereços feitos com ouro e pedras preciosas com motivos religiosos. Da mesma forma que os homens, as mulheres da nobreza ou ricas faziam o mesmo, mas com menos ostentação que a mulher do faraó. Nos pés, sandálias feitas de fibras de papiro.


Já as mulheres pobres usavam túnicas simples e básicas tecidas em algodão, não raspavam os cabelos nem o corpo. Andavam descalças. Já as escravas usavam túnicas de algodão rústico
As mulheres ricas tinham túnicas longa de linho quase transparentes de tão finas que eram e enfeitadas com.  As mulheres do povo usavam túnicas de algodão branco e as escravas usavam uma túnica rústica.