quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

OS PRIMEIROS ASTROS DO CINEMA

Em resumo, o cinema foi deixando de ser apenas imagens do cotidiano em movimento e foi enveredando em outros campos. Escolas de cinema foram aparecendo e criando novos estilos. Enfim, com instrumentos cada vez mais sofisticados e histórias cada vez mais empolgantes, o cinema foi ganhando popularidade. Mas ainda perseguia um objetivo: o de sincronizar som e imagem.

Muita gente fez sucesso durante o tempo do cinema mudo. Homens e mulheres transformaram suas vidas: saíram do anonimato, ganharam popularidade e dinheiro. Outros, apesar de conquistarem tudo isso, pagaram um preço muito alto pela fama. Mas tiveram seus nomes inscritos para sempre na história do cinema.

O primeiro ator a ser considerado um “astro” do cinema foi DOUGLAS FAIRBANKS. 


Um ator norte-americano que nasceu em Denver (Colorado), no dia 23 de maio de 1883. Desde a infância demonstrava gosto pela arte de representar. Aos 16 anos, participava das peças de Shakespeare produzidas pela Companhia de Frederic Warde  e viajava pelo país com ela. Aos 17 anos, estava atuando na Broadway.

Fairbanks na juventude

Nos 14 anos que se seguiram Fairbanks firmou-se como ator. Porém, ao participar da peça “Man of the Hour”, é considerado um verdadeiro “astro do teatro”.

Em 1907, Fairbanks desiste do teatro após casar-se com Beth Sully e passa a trabalhar numa das empresas do sogro, numa empresa de sabão, a Buchan Soap Company. Mas, por não gostar o serviço, não fica ali por muito tempo. E Fairbanks retorna ao teatro.Sua entrada no cinema ocorre em 1914, aos 31 anos e se torna o maior e mais famoso astro do cinema mudo e se tornou ídolo de jovens e adultos de sua época.
Fairbanks adulto

Fairbanks tinha uma estatura baixa e não gozava de uma beleza estonteante. No entanto, tinha um porte atlético e boa saúde física que emprestava aos personagens e em cenas de ação ousadas, inspirando vigor, coragem, autoconfiança, decência, inteligência e saúde. Mas, a chave do seu sucesso foi seu carisma. Dotado de muita simpatia e de um sorriso largo, ás vezes meio maroto, outras vezes meio tímido, conquistava a todos com seu magnetismo. Qualidades que todo astro deve ter.

A carreira de Fairbanks no cinema teve dois importantes momentos: no cinema mudo até 1920, onde foi o ator principal em mais de 13 filmes (dramáticos, românticos, western, aventuras)

 

Fairbanks e seus personagens

 

 

Durante esse tempo, Fairbanks aprendeu muito sobre cinema e sobre fazer bons filmes. Conheceu muitos artistas e técnicos. Colaborou com roteiros e co-dirigiu muitos dos seus filmes.

Fairbanks cineasta

Após 1920, tem início a segunda fase de Fairbanks no cinema. Cercado dos melhores profissionais, ele monta sua própria companhia cinematográfica onde ele era roteirista, produtor e diretor de filmagens. Caprichoso, perfeccionista e rico, construía cenários gigantescos e suntuosos para que as histórias que criava tivessem o apoio visual necessário para agradar a quem os assistisse. E ganhou muito dinheiro com eles. E além do título de “astro”, Fairbanks recebe também o título de “produtor mais criativo” do seu tempo.

Fairbanks na maturidade

Fairbanks produziu inúmeros filmes de aventura para ele representar. E nas cenas de perigo, nunca permitiu a ajuda de dublês. Encantou-se com histórias de espadachins e criou um novo gênero cinematográfico: o capa e espada. E ainda fez o roteiro, produziu e dirigiu 4 filmes sonoros. Os últimos filmes de sua carreira porque no dia 12 de dezembro de 1939, veio a falecer aos 56 anos, em Santa Monica, EUA

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O CINEMA MUDO

Desde o início do cinema, seus inventores e produtores tentaram sonorizar seus filmes. Mas, foram tentativas frustradas. Para evitar a monotonia, os filmes eram acompanhados de músicas ao vivo, narrações, diálogos legendados entre uma cena e outra e, até mesmo, improvisavam alguns efeitos especiais. Mas, não há demérito nenhum nisso. Afinal, o cinema e os filmes estavam dando os primeiros passos e as pessoas estavam investindo no cinema e contribuindo para sua evolução.

Os primeiros filmes tinham imagens em preto e branco. Os coloridos que apareceram a seguir eram pintados à mão quadro a quadro, como os de Georges Méliè.

Entre 1919 e 1929 surgiram grandes cineastas do cinema mudo e com eles, novas escolas. Na França, o Cinema Impressionista ou o Cinema de Vanguarda fez surgir:


 ABEL GANCE - com os filmes “NAPOLEON” (um épico onde ele mesmo interpreta  Napoleão) e “J’ACCUSE”.


 JEAN EPSTEIN, com o filme “A QUEDA DA CASA DE USHER” (1929)

 GERMANE DULAC, com o filme “LA SOURIANTE MADAME BEUDET”


  JEAN RENOIR, com o filme “A MOÇA DA ÁGUIA” e que, mais tarde, auxiliaria na construção de uma nova escola cinematográfica: a do Realismo Poético Francês.

O expressionismo alemão coloca em destaque os filmes:


ROBERT WIENE, diretor do filme “DAS CABINET DES DR. CALEGARI” (1920), um filme de terror, onde ele mesmo faz o papel do Dr Calegari.


 FRIEDRICH WILHELM MURNAU que, em 1922 dirigiu dois filmes: “NOSFERATU” e “PHANTON"

 FRITZ LANG, que, em 1927, dirige o filme “METRÓPOLIS”. Outros filmes que merecem destaque nessa época foram: “O GABINETE DAS FIGURAS DE CERA” e “A ÚLTIMA GARGALHADA”.

O surrealismo espanhol destacou:


 LUIS BUÑUEL, com o filme “UM PERO (cão) ANDALUZ” com legenda em português, em 1928, e “A IDADE DO OURO”.


 SERGUEI EISENSTEIN (cineasta russo) cria uma nova técnica de montagem que ficou conhecida como “montagem intelectual ou dialética. O filme que marcou sua carreira foi “O COURAÇADO DE POTEMKIN”, de 1925.


  DZIGA VERTOV dirigiu o filme “O HOMEM COM A CAMERA” e fez um documentário bastante sofisticado chamado “CINE-OLHO”. Destacam-se ainda os filmes de arte: “AELITA” e “TERRA”.


 CARL THEODOR DREYER, cineasta dinamarquês, produz o filme mudo “LA PASSION DE JEANNE D’ARC” (1928) que contava com Maria Falconetti (atriz) no papel de Joana D’Arc. Por valorizar a expressão facial dos atores, o filme foi considerado um dos melhores filmes da história do cinema.

Dessa época, restaram poucos filmes em bom estado de conservação. A maioria deles se perdeu. Uma parte ficou esquecida num canto qualquer, sem conservação ou cuidado. Outra parte, destruída na II Guerra Mundial. Uma outra parte, destruída para a retirada do nitrato de prata usado nas películas.