sábado, 31 de maio de 2014

O ROCK AND ROLL


O modernismo na música vai até meados dos anos 30 do século XX, quando acontece uma verdadeira revolução na música. Uma revolução provocada por uma imensa gama de experimentações musicais das quais surgiram uma quantidade de novos sons e ritmos inovadores e curiosos. E, para isso, os músicos tiveram que melhorar, adaptar e inovar os instrumentos musicais. É evidente que as músicas produzidas por esses músicos foram rejeitadas de pronto, como tudo o que é novidade. Mas, também adquiriu muitos adeptos.


A música, então, se dividiu em dois grandes grupos ou escolas: a Música de Vanguarda que se dedicava a descobrir e experimentar os novos sons e a Música Tradicional, mais românticas e conservadoras.

Até os anos 50, foi assim. Até que surge no cenário musical dos Estados Unidos, um novo e alucinante estilo musical originado por um assimilação e desenvolvimento de outros estilos vanguardistas e se tornou tão popular que perdura até os dias de hoje: o ROCK AND ROLL ou simplesmente, ROCK.


Segundo especialistas da música, o Rock surgiu da mistura da música rural (Country) com as baladas da população branca e pobre do Kentuchy e de outros estilos rurais e dos blues e do jazz, tocados nos grandes centros daquele país e que narravam as lutas dessa gente simples, dos feitos épicos de sua história durante o tempo de colonização e não deixavam de lado o sofrimento dos escravos. Mas, não chegavam a ser grandes poemas. Ao contrário, tinham frases comuns a uma população menos culta. A melodia era bem simples e forte, mas fazia com que todos quisessem dançá-la.

No início, os grupos eram compostos de músicos e cantores (um ou mais) negros e formavam o que denominaram de “banda”. E essas bandas se tornaram uma das características principais deste estilo musical. Como instrumentos dessas bandas haviam: os de sopro, a bateria, o baixo, as guitarras elétricas e os teclados eletrônicos cujos sons eram amplificados e sintetizados.


                                        Little Richards                            Chuck Berry


                                                                      Bill Haley

Destacaram-se neste período as bandas de Chuck Berry, Little Richards e Bill Halley (o primeiro a gravar discos). Ainda de forma não primorosa, mas irreverentes, as letras destas bandas falavam dos problemas comuns da juventude como: o amor, sexo, automóveis e das crises da adolescência, entremeados de sílabas soltas e sons que reproduziam barulhos do cotidiano e, até mesmo, imitavam vozes de animais. Por isso, fizeram sucesso, principalmente, entre os jovens. Mas, foi um sucesso.


Na década de 1960, surge um novo nome no cenário artístico: Elvis Presley. Um rapaz bonito e com boa voz empolgou os dirigentes das companhias fonográficas e que fizeram dele um verdadeiro astro do Rock.

As gravadoras de discos americanas tinham em mente: popularizar ainda mais o rock, devido ao sucesso das bandas anteriores fizeram e expandir essa popularização pelo mundo. E encontraram em Elvis Presley, o carisma, a elegância e o talento que necessitavam. E o sucesso foi tão grande que essas gravadoras se tornaram grandes impérios financeiros. E em busca de sucesso, resolveram dar uma cara nova ao rock para torná-lo cada vez mais atrativo e conquistar mais público. E fizeram inúmeras transformações que deixaram o rock sem a vitalidade e a energia que iniciou esse novo estilo.



Na década de 1960, surge o rock inglês com a mesma vitalidade inicial do movimento americano. Por isso, os The Beatles, inspirados nos primeiros compositores americanos de rock, fizeram tanto sucesso no mundo todo, inclusive nos Estados Unidos.

Na América, surgem os Rolling Stones, roqueiros com uma postura mais agressiva, com letras onde o som das palavras era mais importante que seu significado porque tentavam, dessa maneira, colocar suas experiências com as drogas.

Unindo os ritmos do Rock com as baladas tradicionais e country, surge o Folk Rock e nome de Bob Dylan. Nesta variação, as letras do rock continham, em forma de poesia, mensagens políticas. A partir daí, as letras de rock passaram a falar de vários assuntos: políticos, filosóficos, banais. E para tratar desses assuntos as letras passaram a ser mais elaboradas.
A música também se desenvolveu e foi ficando mais elaboradas e com arranjos onde os solistas podiam mostrar seu talento. Alguns “virutosis” estavam entre eles. Foi um novo período de experimentações onde se destacaram Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison entre outros.
A partir de 1970, uma série de subgêneros apareceram como o Rock progressivo (de Pink Floyd), o Technopop (de Alan Parsons), o Art Rock (ligado a Andy Warhol, John Cale e Lou Reed), o Heavy Metal (do Kiss e Van Halen), o Punk Rock (do Sex Pistols), o Glitter (de Alice Cooper e David Bowie) e o Pop Rock, que juntava os estilos mais comerciais.
Começava com o Rock e suas variações o que foi considerada a fase contemporânea da música.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

TANGO: UMA PAIXÃO MUNDIAL

No final do século XIX, na Argentina, desponta um novo ritmo musical que encantou o mundo. Nasceu como uma forma de expressão folclórica e tornou-se popular entre habitantes do subúrbio de Buenos Aires.


Naquela época, o tango era mais uma mistura de ritmos e de formas musicais já conhecidos na Europa e trazidos pela imigração italiana e espanhola que habitavam os pampas. Contam os historiadores que que havia uma certa influência da “Habanera” cubana e do tango espanhol.

Contam ainda que, o candombe (um tipo de batuque) dos negros (na maioria, fugitivos do Brasil que se esconderam de seus algozes na região) e formaram uma população crioula que fez parte da formação do povo argentino.

Com relação ao tango, durante muito tempo houve um segredo guardado a sete chaves. Um segredo desvendado e resgatado por Norberto Pablo Círio, antropólogo de profissão. Círio se intrigara com o fato de haverem músicos negros em todos os conjuntos de tango. Por isso, resolveu investigar e estudar a fundo o motivo dessa forte presença. 


Durante a investigação, Círio visitou inúmeras comunidades negras argentinas, entrevistou muitos negros e seus descendentes, viu fotos, observou partituras do século XIX e descobriu partituras originais e inéditas dessa época. Ouviu discos de tangos mais modernos e analisou o candombe. E, por fim, concluiu que a música, o baile e o carnaval tem sua origem na cultura e tradição dos afro-argentinos.

Na sua fase inicial, o tango era apenas uma diversão da população crioula e pobre. Por isso, era apenas tocado e dançado com passos improvisados. Mais tarde, as letras foram sendo introduzidas. Haviam letras oficiais registradas nas partituras. Porém, numa forma de brincadeira, o povo passou a fazer paródias das mais conhecidas. A maioria das paródias eram de humor, mas outras, tinham um cunho mais apimentado.

Na dança, os pares eram formados por homens. Isto porque os pares mistos (homens e mulheres) eram considerados obscenos e impróprios. Por isso, a dança do tango foi parar nos bordéis e ali ficou restrita por muito tempo.


Na era da industrialização, o governo argentino decidiu instalar suas fábricas nos arredores de Buenos Aires, local onde habitavam a população pobre e os bordéis. Sem terem para onde ir, instalaram-se no centro da capital argentina.

A vida dessa gente não era fácil. Talvez, para amenizar a situação, passaram a incluir letras nos tangos. Letras que falavam de suas dificuldades e das atividades dos bordéis. Estas, muito mais apimentadas e violentas.


No início do século XX, por volta de 1910, o tango chega a Paris. Ninguém sabe ao certo como isto aconteceu. Mas na época, Paris vivia intensamente as artes e a sociedade queria novidades. E quanto mais fossem exóticas, mais gostavam e aplaudiam. Dessa maneira, o tango virou a sensação do momento. E o que era sensação em Paris, era sucesso no restante do mundo. Grupos moralistas condenavam essa nova sensação ferrenhamente, classificando-a como imoral. Os próprios argentinos a desprezavam também. E só começaram a tolerar após o sucesso de Paris e, mesmo assim, com algumas restrições.
Em 1917, o tango ganha um novo formato: o tango-canção. Agora sim, as letras eram compostas especialmente para determinadas melodias e vice-versa. E com a chegada do tango-canção passam a surgir os primeiros cantores de tango. 
O primeiro cantor conhecido foi Pascoal Contursi. E o primeiro tango famoso foi “MI NOCHE TRISTE”, uma canção chamada "Lita" que ganhou letra e mudou de nome.
Carlos Gardel
Na década de 1920, os luxuosos cabarés de Buenos Aires o tango era tocado por músicos profissionais e cantada pelos cantores de renome no país. Um deles, foi Carlos Gardel. Seu sucesso foi enorme, tanto que ficou conhecido mundialmente. Gardel reunia grandes plateias, por isso, deve-se a ele a popularização do tango.  Porém, em 1935, no auge de sua carreira, Gardel morre vítima de num acidente aéreo.
Na década de 1940, o tango atinge o auge de popularidade. As letras eram mais líricas e sentimentais. Tinham temas mais amenos que os anteriores e agora falavam do céu, da chuva, da garoa, do amor perdido, do abandono da mulher amada e das dores causadas por esses rompimentos amorosos, compostos por poetas da mais alta competência e formação cultural.

Na década seguinte, Astor Piazzolla, influenciado por Bach, Stravinsky e pelo Cool Jazz, rompe com a forma anterior e inova o tango, que passa a ser executado com muito mais profissionalismo musical.
Astor Piazzolla
É ainda nessa década, que o Rock’Roll se espalha pelo mundo e a população jovem se rende ao novo ritmo. Por causa disso, surge uma lei argentina que obriga que o tango seja tocado diariamente nas rádios de todo o país. Lei que mais tarde foi revogada.

Com o grande interesse da juventude pelo Rock’Roll e por outros ritmos, as gravadoras perdem o interesse no tango. A produção de novos tangos decai e aos poucos, desaparece do cenário artístico. A Argentina tenta a retomada do tango como um produto artístico nacional fazendo com que se apresente em peças teatrais e cinematográficas. Enquanto isso, o mundo ainda reverencia o tango como dança, sendo parte integrante de todos os famosos concursos de danças de salão.