quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O REALISMO E A MÚSICA

Após o romantismo, um período marcado pelos ideais, sonhos e fantasias começa um período mais “pé no chão”, o “REALISMO”.  

O realismo foi um movimento cultural, mais literário que musical, ocorrido na segunda metade do século XIX e que se contrapunha ao romantismo. Nessa época, haviam muitas lutas sociais, revoluções devido ás novas ideias políticas. Época também em que as novas ideias filosóficas surgiram como:



                                         as ideias positivistas de Augusto Comté; 


                                              das ideias deterministas de Hipolyte 




                                              das ideias evolucionistas de Charles Darwin



 

                                               e das ideias socialistas de Engels 

O mundo andava bem agitado nessa época. Por isso, não dava mais para viver de sonhos e fantasias. E o movimento cultural passou a influenciar as artes, principalmente, na literatura e na pintura.

Pintores e escritores, participantes do movimento realista, procuravam retratar em suas obras, a vida real com fidelidade de detalhes. O homem comum era o centro de tudo. O que importava era o momento, o atual, o instante retratado.


Acreditavam que as ideias românticas não passavam de loucuras fantasiosas, já que maioria das obras tinham como tema seres extraordinários, fantásticos e sobrenaturais. Os realistas achavam loucura falar de fadas, de seres das florestas, das águas e das montanhas já que não havia nada disso na vida real e acreditavam poder evitar os efeitos sonhadores considerados como degradantes para o homem.

Nessa época, a música ficou meio que de fora desse movimento. Principalmente, a música instrumental. No entanto, compositores como Verdi, Mendelssoln, Rossini e Bizet fizeram músicas para as óperas.Eram grandes produções e fizeram grande sucesso.


Vamos conhecer alguns trechos delas, assistindo aos vídeos.


                                                        Ayda - Gloria all Egyto - de Verdi



                                                  Carmem - de Bizet

                                                                                                ( as minhas favoritas)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O ROMANTISMO MUSICAL

Os países delimitavam suas fronteiras e um sentimento nacionalista tomou conta das pessoas e se espalhou pela Europa. A princípio, era apenas um sentimento de orgulho nacional.

 "A LIBERDADE GUIANDO O POVO" 
DE EUGÈNE DELACROIX

No século XIX, esse sentimento se transformou numa forma de ver e compreender o mundo e de falar sobre ele. Mas, para isso, era preciso conhecer a natureza humana. Era preciso entender a subjetividade de cada indivíduo. E o homem como um todo, passou a ser o centro das atenções.

Entendiam que não haviam regras prontas, pois as pessoas não agiam, pensavam ou tomavam atitudes sempre do mesmo jeito ou da mesma forma. Entendiam que, para conhecer o homem e sua natureza, era preciso desvendá-lo no cotidiano. Observá-lo em todos os aspectos: físicos (características pessoais) e mentais (emoções, atitudes e comportamentos, desejos, necessidades e interesses pessoais). E, nessa observação, o destaque foi dado para a dramaticidade da vida: paixões, saudades, tragédias amorosas, desejos não realizados, ideais fantasiosos, sentimentos de religiosidade, nos sonhos e fantasias.

O período romântico foi um movimento essencialmente estético, mas que valorizou a criatividade e a imaginação. Evidente e naturalmente, eram ideias e pontos de vista que se contrapunham ao equilíbrio clássico baseado no rigor científico e nos ideais iluministas.

A estética, a criatividade e a imaginação influenciaram as artes em geral, a literatura, a política e a filosofia por toda a Europa. E todas as obras produzidas entre 1815 até meados do século XIX foram consideradas como “românticas”. No entanto, muitas sinfonias e concertos do gênero erudito continuaram a ser escritos.


A MÚSICA ROMÂNTICA

Sua característica principal era a flexibilidade das formas musicais que buscavam e ressaltavam os sentimentos expressos na melodia. E para isso, os compositores dedicavam grande parte de seu tempo.


Os sentimentos eram representados por várias tonalidades e estruturas harmônicas inovadoras que faziam os movimentos fluírem com maiores contrastes, com cromatismos e dissonâncias mais frequentes e variadas e em obras menos extensas. As mudanças de tons eram mais bruscas e os acordes mais longos permitiam inúmeras modulações que foram exploradas pelos compositores.

Durante o período romântico foi criada uma base mais sistemática para a composições e interpretações das músicas de concerto. Mas também, houve um interesse bastante grande pelas composições de canções temáticas. Houve ainda o desenvolvimento da orquestras sinfônica e do virtuosismo de alguns compositores que criaram obras complexas e de uma beleza ímpar.

Nocturno em mi bemol op 9 nº2 - Chopin


PRINCIPAIS COMPOSITORES ROMÂNTICOS:

De 1815 a 1835

Niccolo Paganini

Giácomo Rossini

Franz Schubert

Johan Strauss

Félix Mendelsohn

Clara Schumman
Frédéric Chopin

Franz Liszt

Richard Wagner

Giuseppe Verdi

Anton Rubinstein

Johannes Brahms


De 1850 a 1880

Pyotr Lluich Tchaicowsky

Giácomo Puccini

Gustav Mahler

Franz Schimidt

Claude Debussy
Maurice Ravel

Igor Stravinsky

Heitor Villa-Lobos (Brasil)

Carl Orff

Leonard Bernstein


Cavalcata delle Valchirie - Wagner


A GUERRA DOS ROMÂNTICOS

Todos os compositores do romantismo consideravam Beethoven como um herói artístico e espiritual. Um gênio musical ao qual procuravam seguir e se orientar musicalmente.

Em dado momento, esses compositores passaram a divergir na forma de pensar. De um lado, estavam os que procuravam seguir fielmente a estrutura musical de Beethoven formando, assim, um grupo de “conservadores” liderados por Brahms e Shumman. De outro lado, os que achavam que poderiam inovar ainda mais e que formavam o grupo dos “progressistas radicais” liderados por Liszt e Wagner.

Essa divergência de ideias que fez com que músicos mais conservadores da França, Itália e da Rússia ficassem marginalizados. E o descontentamento provocou o fim desse período.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O CLASSICISMO MUSICAL


O século XVIII foi o século da liberdade e das novas ideias. Um século de rompimentos de conceitos antigos e da construção de novos modos de pensar sobre a natureza, as pessoas, os governos e a religião. Um século onde tudo era questionado, discutido, analisado com objetividade e avaliado segundo os novos conhecimentos.

Por isso, foi um período onde a intelectualidade teve papel importante e os pensamentos se aprimoraram. Daí, ser chamado de “iluminista”. Desse período surgiram as bases e os fundamentos das sociedades e das políticas atuais. Mas, apesar dos conflitos e das mudanças nos costumes, foi um período humanitário, equilibrado e harmônico.


E se tudo era influenciado pelo ideal iluminista, a música não ficou ilesa. E na metade do século XVIII e início do XIX, mudanças foram propostas para a ela.

O fim do período barroco coincide com este novo tempo. A música, até então, tinha um estilo complicado, muito rebuscadas em seus ornamentos tornando-as difíceis e complexas. Um período onde as contradições estruturais estavam presentes.

As novas ideias transformou as pessoas. Estavam mais cultas, mais conhecedoras e, consequentemente, o gosto artístico estava mais aprimorado. Passaram a preferir as artes que melhor se adaptavam ao novo pensamento e cultura da época.


De 1750 a 1790, houve grande mudanças estruturais na música. As música, foi se tornando mais claras, mais regular nas formas e nas proporções, e mais objetivas, mais simétricas e equilibradas. Os compositores dominavam os novos conhecimentos e os utilizavam para garantir a simplicidade, a simetria, a harmonia, o brilho e a sofisticação tão almejados. Mas, uma grande batalha musical eclode. De um lado, a ópera e, de outro, a música instrumental.

                                                                       C von Glug 

Na ópera havia a preocupação e a busca de uma ópera mais racional. E as primeiras conquistas se devem a Christoph Willibald von Gluck.

Mas, foi a música instrumental quem mais influenciou este período. A criação e a consolidação de uma nova estrutura musical: a forma-sonata. Era uma música leve, simples, despojada de exageros e ornamentos, e até certo ponto, frívola e divertida. Mas os músicos e compositores procuravam manter o requinte, a formalidade e a mecânica.

sonata de C. P. Emmanuel Bach

Este gênero musical surgiu logo após o período barroco e seus grandes divulgadores foram os filhos de Johann Sebastian Back. Wilhelm Friedemann Bach, o primogênito, foi grande e criativo compositor. Mas, não se preocupou muito em deixar registros do seu trabalho. O que se tem e em dia, se deve ao trabalho do irmão mais moço, Carl Phillip Emmanuel que deixa registrado em partituras as próprias composições e ainda registrou algumas do irmão.

    
                              W. Friedemann Bach              C. Phillip Emmanuel Bach

Este gênero musical serviu de modelo para todos os outros gêneros que foram criados posteriormente: as sinfonias, os concertos para solistas, os quartetos de cordas, obras de câmara, músicas sacras e as sonatas para piano. Gêneros que produziram verdadeiras obras-primas.

                                                         6ª sinfonia de Haydn

Dos muitos compositores e músicos que se dedicaram a música clássica ou erudita, pode-se destacar três grandes nomes deste período: Franz Josepf Haydn (1732-1809), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) que levaram o estilo ao apogeu pelo seu virtuosismo e Ludwig van Beethoven (1770-1827) que finaliza este período. Em suas obras, Beethoven já mostrava as características de um novo período musical: o romantismo.

 
                                         Haydn                                                 Mozart

                                                                         Beethoven


fonte

filme: Meu nome é Bach (encontrado no Youtube), o qual recomendo assistrem.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A MÚSICA BARROCA

A tendência renascentista era muito linear. Mas, no final do período alguns músicos ensaiavam coisas novas. Mas, foi em 1067, quando Montiverdi compôs a ópera “Orfeo” que uma nova tendência teve início. Com um estilo mais rebuscado, com excesso de ornamentos e com riqueza de detalhes, coisa nunca vista anteriormente, contrapondo-se a uma simplicidade ímpar que influenciou: as artes plásticas, arquitetura, a literatura, o teatro e, finalmente, a música. Tinha início o período barroco.


 


Esse período foi assim chamado porque o termo barroco significava irregular ou deformação. O mundo conhecia o estilo gregoriano, linear e com pouquíssimas variações. E a riqueza de ornamentos e a simplicidade pareciam se contradizer. Por isso, espantava-se diante da contradição entre a simplicidade e o rebuscamento. Julgando que essas duas características se conflitariam a certa altura do caminho, foi jocosa e pejorativamente chamada de “barroca”. Mas, esse momento nunca chegou. Ao contrário, foi chegando devagar e se espalhando por toda a Europa.


Começa na Itália, com Montiverdi e, mais precisamente, com a ópera “Orfeo”. Chega a Alemanha com as músicas de Heinrich Schütz. E na França, com as obras de Jean-Fphilippe Rameau. Seguem-se ainda as músicas de Jean-Baptiste Lully, Giácomo Carissimi e Arcangelo Corelli. E o movimento barroco e se espalha pela Europa.


O período barroco foi um dos mais originais, criativo, revolucionário, importante e influente que já se viu em todos os tipos de arte. As obras musicais se tornaram mais longas e inovadoras. As melodias abusavam dos bemóis e sustenidos, do baixo contínuo e dos contrapontos. As tessituras eram mais leves e homofônicas e com acordes simples. Os modos renascentistas ficaram reduzidos a dois: o jônico e o eólio e se tornaram a base de um novo sistema tonal: o sistema tonal maior (jônico) e o sistema tonal menor (eólio) formando uma harmonia que encantava a todos. Mas, as tessituras polifônicas também estiveram presentes. E a harmonia era sem igual.

CONHEÇA A MÚSICA BARROCA 

o melhor de Johann Sebastian Bach
Mas, os músicos renascentistas e barrocos não viam esse movimento como uma revolução de estilos. Ao contrário, achavam que era um desenvolvimento progressivo, já que sua intenção fundamental era o de resgatar a música da antiguidade.

A princípio, o canto homofônico foi usado como recurso para a expressão de sentimentos e resgate da dramaticidade das tragédias gregas, passou a ser vista como algo revolucionário e inovador. Enquanto isso, as músicas sacras mantinham o contraponto.

No decorrer do século XVII, novas formas musicais foram criadas, como: a ópera, o oratório, a fuga, a suíte, a sonata e o concerto onde eram empregadas as formas binárias, ternárias e suas variações, rondós, ritonellos e fugas. As músicas tinham ritmos enérgicos e exuberantes. As melodias eram criadas em linhas longas, fluentes e notas de enfeites como trinados, arpejos, apojaturas, mordentes etc. Os contrastes foram o marco deste período: seja dos timbres instrumentais, de poucos ou de muitos instrumentos, de sonoridades fortes e suaves. A exploração instrumental trouxe o amadurecimento, o florescimento de grandes obras e de gêneros  musicais e o virtuosismo de alguns músicos, como Bach, Bextehude (organistas), Rameau, Scarlatti e Couperin (no cravo), Vivaldi  e Corelli (violinistas).

Os principais tipos de música dessa época foram: corais, recitativos, árias, óperas, oratórios, cantatas, aberturas italianas, aberturas francesas, tocatas, prelúdios corais, suíte de danças, sonatas de câmara, sonatas de chiesa, concertos grossos e concertos solos.

Em 1750, este rico período termina com o falecimento de Johann Sebastian Bach.