A todos vocês, caros leitores e seguidores deste blog Quero agradecer a todos pelas visitas e pelos comentários sempre incentivadores e estimulantes. Obrigada também pelo que vocês me ensinam em cada comentário, em cada pergunta, em cada situação. obrigada de coração. E por falar em coração, desejo a todos vocês, de perto ou de longe, que este Natal seja repleto de paz, amor e harmonia. Que a fé seja constantemente renovada e que a esperança de um mundo melhor nunca se perca.
São os meus votos e os votos do ARTE E EXPRESSÃO EM ARTE-TERAPIA..
A
Renascença constitui o período de tempo que vai dos anos de 1400 a 1600 depois
de Cristo. Um período que marca a preocupação dos homens sobre a cultura e o
saber em todos os campos da atividade humana. É o período das ideias novas, das
grandes viagens marítimas, do descobrimento de novas terras e de sua exploração
e dos avanços na Ciência e na Astronomia. Época de Vasco da Gama, Colombo e
Cabral.
Com
a música não foi diferente. O aumento do interesse dos compositores pela música
profana foi grande. Queriam criar músicas mais vivas que atingisse o povo, de
pesquisar e utilizar novos instrumentos musicais em suas criações, coisa que
não se fazia há muito tempo, pois a música era feita para acompanhar cantores e
corais.
Mas,
no início da Renascência, as grandes composições foram feitas para a Igreja,
mantendo ainda a polifonia usada no canto de coros ou policorais (coros colocados
num espaço próprio, reservado nas laterais da Igreja, onde ora cantava o coro
da direita, ora o outro, localizado a esquerda) e sem acompanhamento
instrumental.
A
introdução dos interesses renascentistas foram sendo colocados aos poucos.
Primeiro, porque a influência da Igreja ainda era grande e, segundo, porque as
pessoas, apesar da vontade de descobrir coisas novas, não estavam acostumadas
com mudanças rápidas. Mas, avanços iam sendo conquistados.
A
princípio, as obras renascentistas tinham os motetos como estilo religioso.
Porém, as canções populares, escritas para inúmeras vozes, começou apresentar
algumas inovações: eram mais vivas e não possuíam refrão e podiam ser cantadas
nas próprias casas. Isto empolgou os ingleses do século XVI e se tornou um
grande sucesso. Esse novo estilo musical recebeu o nome de “madrigal”.
Ouça um madrigal da Renascença
Mas,
tanto os motetos como os madrigais compostos na Renascênça tinham uma
preocupação: a estética, inspirados nas antigas obras gregas e romanas. Assim,
a harmonia entre a melodia, os instrumentos e as vozes, passou a construir uma
nova ideia de “belo”.
Os
principais compositores desta época foram:
WILLIAM
BYRD - (1542 a 1623) – compositor inglês, filo de músico, aluno de Thomas Talles,
católico. Foi organista da Lincoln Cathedral (1563), cantor do coro da Capela
Real (1570) e organista da Capela Real (1575). Adepto da tradição polifônica,
suas obras se destacaram pela variação do virginal, canções, motetos e hinos
religiosos. Foi o primeiro a compor madrigais na Inglaterra. Em 1611, escreve uma
série deles e edita.
JOSQUIN
DES PRÉZ – (1440 A 1521) – natural dos Países Baixos (Holanda), foi mestre de
uma capela pertencente ao duque Galeazzo Maria Sforza, em Milão (Itália). Em
1499, entra para o serviço do Papa Sisto IV e em 1505, vai para a França a serviço
de Luis XII. Grande compositor, moderno
para a época, recebe o título de “príncipe dos Compositores” por suas obras
comoventes e pelo fato de ressaltar o sentido das palavras cantadas. Sua obra é
composta por 20 missas completas para 4, 5 e 6 vozes, mais de 100 motetos,
hinos e salmos e, 74 canções.
GIOVANNI
PIERLUIGI PALESTRINA – (1525 a 1594) – italiano de nascimento, dedicou sua vida
para a Igreja. Foi cantor de coro na Capela Sistina e na Capela de Giulia,
maestro do coro das igrejas de São João Latrão e St Maria Maggiore, músico do
Cardeal Ipplito II d’Este (em Trivoli) e volta à Capela de Giulia, onde vive
até sua morte. Palestrina foi o melhor compositor do estilo coral polifônico da
Igreja Católica Romana, com uma linha vocal longa e sinuosa que se assemelha uma oração. Sua produção musical é
rica e criativa, composta de 104 missas para 4 a 8 vozes no estilo gregoriano e
temas populares (375 motetos, 68 ofertórios, 65 hinos, 35 magnificats, 5
lamentações, 56 madrigais espirituais e 9 músicas para órgão). Em músicas
profanas, fez três coletâneas editadas em 1555, 1581 e 1586 respectivamente.
GIOVANNI
GABRIELI – (1555 a 1612) – italiano de nascimento e sobrinho de Andrea Gabrieli
e sucessor do tio por sua fidelidade no estilo musical. Compôs muitas sinfonias
sacras e canções para os policorais. Foi um excelente organista e professor de
música. Porém, depois de sua morte sua música caiu no esquecimento. Foi o maior
compositor do seu tempo.
ANDREA GABRIELI - (1510 a 1586) - italiano, compositor e organista, tio e tutor de Giovanini Gabrieli. Organizou inúmeros policorais.
CLÁUDIO MONTEVERDI –
(1567 a 1586) – compositor italiano e regente do coro da basílica de São Marcos
(Veneza). Rejeitava as tradições polifônicas e foi um grande inovador, ao
coloca instrumentos, dissonâncias e cromatismos em suas músicas. Era violinista
e deu aulas para muitos alunos que ficaram famosos em sua época. Casado, perdeu
mulher e dois filhos com a peste, razão pela qual tornou-se sacerdote em 1632.
Compôs músicas sacras para missas e festas religiosas, compôs e publicou 9
livros de madrigais e óperas, sendo a mais importante destas“O Orfeo”,
considerada a primeira grande ópera, além de ter como acompanhamento uma
orquestra inteira (a primeira na História da música) e composta por 40
instrumentos. Monteverdi foi o último dos polifonistas e seus últimos madrigais
já mostravam um novo estilo musical: o barroco.
Retomando
o tema "MÚSICA", devemos lembrar que, no decorrer
dos séculos XII e XIII, os trovadores, poetas e músicos produziram grande
quantidade de canções. Podiam ser tocadas por dois ou mais instrumentos e
serviam para animar as festas e feiras, onde as danças também estavam presentes.
Os
instrumentos musicais eram bastante variados: a viela (primórdio do violino), o
alaúde, a flauta doce (de tamanhos variados), a gaita de fole, o trompete
medieval (reto) e os triângulos, sinos e tambores (como instrumentos de
percussão) eram os mais encontrados.
Os principais
compositores dessa época foram:Perotin
(séc. XII), Leonin (séc. XII), Guido d’Arezzo (995 – 1050), Philippe de Vitry
(1290 – 1361), Guillaume de Machaut (1300 – 1377), John Dunstable (1385 –
1453).
Precisamos lembrar também que, embora muitas dessas músicas tinham
letras, os cantores não seguiam o ritmo tocado. Já no canto gregoriano, todos
cantavam a mesma melodia (como se fossem um só) e não havia instrumentos
musicais. Portanto, um gênero homofônico.
Assista ao vídeo e conheça a música trovadoresca da Idade Média
Mas, a Igreja
começou a ficar incomodada pois o povo repetia os cantos gregorianos em todos
os lugares. O incômodo foi tão grande que a Igreja decidiu botar um ponto final
e fazer uma separação: os cantos litúrgicos deveriam ser cantados apenas nas
Igrejas e pelos padres e monges. O povo poderia cantar o que quisesse e onde
quisesse, mas não podiam cantar músicas litúrgicas.
CANÇÕES PARA O POVO
Por causa da
proibições da Igreja surge, no século XIII, um
gênero musical polifônico, ou seja, aquele em que há um texto distinto para
cada voz, ou seja, enquanto um canta uma coisa, o parceiro canta outra. Na idade Média, esse gênero musical ficou conhecido como MOTETO (também conhecido como: “motete”) ou “mot ” – como era usado na França e significava “palavra”.
Assista ao vídeo para conhecer um moteto medieval
Para a Igreja, todos
os cânticos e músicas populares eram consideradas “profanas”. Na França, na
Espanha e na Inglaterra, os motetos eram cantados na própria língua desses
países e não em latim, como acontecia nos cânticos litúrgicos.
Inúmeros “motetos”
foram compostos. E a medida que o tempo passava, iam ficando cada vez mais
sofisticados. Como música profana, o moteto teve seu ponto alto no século XVI.
Dele surgiu a música barroca e, mais tarde, serviu de inspiração e uso para
inúmeros compositores românticos.
CANÇÕES
PARA A IGREJA
Com
a separação entre cantos profanos e litúrgicos, a Igreja resolveu aceitar
outros cânticos litúrgicos que não eram gregorianos.
No
início, o sistema musical do canto gregoriano era semelhante ao sistema estabelecido
pelos gregos, ou seja, as frases continham 8 sílabas. Ao longo do tempo, este
sistema foi sofrendo modificações devido ás necessidades da letra ou para dar
mais sonoridade. Assim, uns ficavam com 8 sílabas e outros com número de
sílabas mais numerosas.
Os
cantos não gregorianos possuíam um sistema cujas frases pareciam fluir com mais
facilidade. Era um sistema decânone, ou seja, continha 10 sílabas. O
Canto Visigótico ou Canto Moçárabe que era praticado na Espanha antes da
invasão dos árabes e que foi conservado até 1071, é exemplo disso. Recuperado pelo
Cardeal Cisneros, no final do século XI, era praticado em pouquíssimas igrejas
de Toledo e, mais tarde, foi proibido pelo Papa Gregório VII. No
entanto, foi recuperado entre os anos de 1500 e 1502.
Conheça a música sacra gótica assistindo ao vídeo.
Por
isso, a Igreja resolveu organizar e regulamentar os cânticos religiosos. Para colocar
em prática esta nova organização levou tempo. Mas, o processo foi gradual e
intelectual.
Nessa
reformulação, a Igreja manteve a homofonia e o ritmo baseados no número de
sílabas e a ausência de instrumentos musicais, como nos cantos gregorianos de
1250, iniciado por Jerônimo de Moravia.Mas,
introduzia as notas musicais fazendo com que cada nota correspondesse a uma ou mais
sílabas.
Este sistema foi sofrendo pequenas modificações durante alguns séculos, até
que surgisse o “Motu Próprio” do Papa Pio X, que reviu e” acumuladas reconsiderou
as alterações do canto gregoriano e o livrou das “impurezas.