domingo, 22 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL

A todos vocês, caros leitores  e seguidores deste blog

Quero agradecer a todos pelas visitas e pelos comentários sempre incentivadores e estimulantes. Obrigada também pelo que vocês me ensinam em cada comentário, em cada pergunta, em cada situação. obrigada de coração.

E por falar em coração, desejo a todos vocês, de perto ou de longe, que este Natal seja repleto de paz, amor e harmonia. Que a fé seja constantemente renovada e que a esperança de um mundo melhor nunca se perca.

São os meus votos e os votos do ARTE E EXPRESSÃO EM ARTE-TERAPIA..



Sueli Freitas

sábado, 14 de dezembro de 2013

MÚSICA RENASCENTISTA

MÚSICA DA IDADE MÉDIA (III)

A Renascença constitui o período de tempo que vai dos anos de 1400 a 1600 depois de Cristo. Um período que marca a preocupação dos homens sobre a cultura e o saber em todos os campos da atividade humana. É o período das ideias novas, das grandes viagens marítimas, do descobrimento de novas terras e de sua exploração e dos avanços na Ciência e na Astronomia. Época de Vasco da Gama, Colombo e Cabral.

Com a música não foi diferente. O aumento do interesse dos compositores pela música profana foi grande. Queriam criar músicas mais vivas que atingisse o povo, de pesquisar e utilizar novos instrumentos musicais em suas criações, coisa que não se fazia há muito tempo, pois a música era feita para acompanhar cantores e corais.

Mas, no início da Renascência, as grandes composições foram feitas para a Igreja, mantendo ainda a polifonia usada no canto de coros ou policorais (coros colocados num espaço próprio, reservado nas laterais da Igreja, onde ora cantava o coro da direita, ora o outro, localizado a esquerda) e sem acompanhamento instrumental.

A introdução dos interesses renascentistas foram sendo colocados aos poucos. Primeiro, porque a influência da Igreja ainda era grande e, segundo, porque as pessoas, apesar da vontade de descobrir coisas novas, não estavam acostumadas com mudanças rápidas. Mas, avanços iam sendo conquistados.

A princípio, as obras renascentistas tinham os motetos como estilo religioso. Porém, as canções populares, escritas para inúmeras vozes, começou apresentar algumas inovações: eram mais vivas e não possuíam refrão e podiam ser cantadas nas próprias casas. Isto empolgou os ingleses do século XVI e se tornou um grande sucesso. Esse novo estilo musical recebeu o nome de “madrigal”.

Ouça um madrigal da Renascença 

Mas, tanto os motetos como os madrigais compostos na Renascênça tinham uma preocupação: a estética, inspirados nas antigas obras gregas e romanas. Assim, a harmonia entre a melodia, os instrumentos e as vozes, passou a construir uma nova ideia de “belo”.

Os principais compositores desta época foram:

WILLIAM BYRD - (1542 a 1623) – compositor inglês, filo de músico, aluno de Thomas Talles, católico. Foi organista da Lincoln Cathedral (1563), cantor do coro da Capela Real (1570) e organista da Capela Real (1575). Adepto da tradição polifônica, suas obras se destacaram pela variação do virginal, canções, motetos e hinos religiosos. Foi o primeiro a compor madrigais na Inglaterra. Em 1611, escreve uma série deles e edita.

JOSQUIN DES PRÉZ – (1440 A 1521) – natural dos Países Baixos (Holanda), foi mestre de uma capela pertencente ao duque Galeazzo Maria Sforza, em Milão (Itália). Em 1499, entra para o serviço do Papa Sisto IV e em 1505, vai para a França a serviço de Luis XII.  Grande compositor, moderno para a época, recebe o título de “príncipe dos Compositores” por suas obras comoventes e pelo fato de ressaltar o sentido das palavras cantadas. Sua obra é composta por 20 missas completas para 4, 5 e 6 vozes, mais de 100 motetos, hinos e salmos e, 74 canções.


GIOVANNI PIERLUIGI PALESTRINA – (1525 a 1594) – italiano de nascimento, dedicou sua vida para a Igreja. Foi cantor de coro na Capela Sistina e na Capela de Giulia, maestro do coro das igrejas de São João Latrão e St Maria Maggiore, músico do Cardeal Ipplito II d’Este (em Trivoli) e volta à Capela de Giulia, onde vive até sua morte. Palestrina foi o melhor compositor do estilo coral polifônico da Igreja Católica Romana, com uma linha vocal longa e sinuosa que se assemelha uma oração. Sua produção musical é rica e criativa, composta de 104 missas para 4 a 8 vozes no estilo gregoriano e temas populares (375 motetos, 68 ofertórios, 65 hinos, 35 magnificats, 5 lamentações, 56 madrigais espirituais e 9 músicas para órgão). Em músicas profanas, fez três coletâneas editadas em 1555, 1581 e 1586 respectivamente.


GIOVANNI GABRIELI – (1555 a 1612) – italiano de nascimento e sobrinho de Andrea Gabrieli e sucessor do tio por sua fidelidade no estilo musical. Compôs muitas sinfonias sacras e canções para os policorais. Foi um excelente organista e professor de música. Porém, depois de sua morte sua música caiu no esquecimento. Foi o maior compositor do seu tempo.

ANDREA GABRIELI - (1510 a 1586) - italiano, compositor e organista, tio e tutor de Giovanini Gabrieli. Organizou inúmeros policorais.

CLÁUDIO MONTEVERDI – (1567 a 1586) – compositor italiano e regente do coro da basílica de São Marcos (Veneza). Rejeitava as tradições polifônicas e foi um grande inovador, ao coloca instrumentos, dissonâncias e cromatismos em suas músicas. Era violinista e deu aulas para muitos alunos que ficaram famosos em sua época. Casado, perdeu mulher e dois filhos com a peste, razão pela qual tornou-se sacerdote em 1632. Compôs músicas sacras para missas e festas religiosas, compôs e publicou 9 livros de madrigais e óperas, sendo a mais importante destas O Orfeo”, considerada a primeira grande ópera, além de ter como acompanhamento uma orquestra inteira (a primeira na História da música) e composta por 40 instrumentos. Monteverdi foi o último dos polifonistas e seus últimos madrigais já mostravam um novo estilo musical: o barroco.

Fontes:
http://www.oliver.psc.br/compositores/historiamusica.htm

domingo, 8 de dezembro de 2013

A MÚSICA NA IDADE MÉDIA (II)

Retomando o tema "MÚSICA", devemos lembrar que, no decorrer dos séculos XII e XIII, os trovadores, poetas e músicos produziram grande quantidade de canções. Podiam ser tocadas por dois ou mais instrumentos e serviam para animar as festas e feiras, onde as danças também estavam presentes.

Os instrumentos musicais eram bastante variados: a viela (primórdio do violino), o alaúde, a flauta doce (de tamanhos variados), a gaita de fole, o trompete medieval (reto) e os triângulos, sinos e tambores (como instrumentos de percussão) eram os mais encontrados.

Os principais compositores dessa época foram: Perotin (séc. XII), Leonin (séc. XII), Guido d’Arezzo (995 – 1050), Philippe de Vitry (1290 – 1361), Guillaume de Machaut (1300 – 1377), John Dunstable (1385 – 1453). 

Precisamos lembrar também que, embora muitas dessas músicas tinham letras, os cantores não seguiam o ritmo tocado. Já no canto gregoriano, todos cantavam a mesma melodia (como se fossem um só) e não havia instrumentos musicais. Portanto, um gênero homofônico.

 Assista ao vídeo e conheça a música trovadoresca da Idade Média


Mas, a Igreja começou a ficar incomodada pois o povo repetia os cantos gregorianos em todos os lugares. O incômodo foi tão grande que a Igreja decidiu botar um ponto final e fazer uma separação: os cantos litúrgicos deveriam ser cantados apenas nas Igrejas e pelos padres e monges. O povo poderia cantar o que quisesse e onde quisesse, mas não podiam cantar músicas litúrgicas.


CANÇÕES PARA O POVO

Por causa da proibições da Igreja surge, no século XIII, um gênero musical polifônico, ou seja, aquele em que há um texto distinto para cada voz, ou seja, enquanto um canta uma coisa, o parceiro canta outra. Na idade Média, esse gênero musical ficou conhecido como MOTETO (também conhecido como: “motete”) ou “mot ” – como era usado na França e significava “palavra”.

Assista ao vídeo para conhecer um moteto medieval


Para a Igreja, todos os cânticos e músicas populares eram consideradas “profanas”. Na França, na Espanha e na Inglaterra, os motetos eram cantados na própria língua desses países e não em latim, como acontecia nos cânticos litúrgicos.

Inúmeros “motetos” foram compostos. E a medida que o tempo passava, iam ficando cada vez mais sofisticados. Como música profana, o moteto teve seu ponto alto no século XVI. Dele surgiu a música barroca e, mais tarde, serviu de inspiração e uso para inúmeros compositores românticos.


CANÇÕES PARA A IGREJA

Com a separação entre cantos profanos e litúrgicos, a Igreja resolveu aceitar outros cânticos litúrgicos que não eram gregorianos.

No início, o sistema musical do canto gregoriano era semelhante ao sistema estabelecido pelos gregos, ou seja, as frases continham 8 sílabas. Ao longo do tempo, este sistema foi sofrendo modificações devido ás necessidades da letra ou para dar mais sonoridade. Assim, uns ficavam com 8 sílabas e outros com número de sílabas mais numerosas.

Os cantos não gregorianos possuíam um sistema cujas frases pareciam fluir com mais facilidade. Era um sistema decânone, ou seja, continha 10 sílabas. O Canto Visigótico ou Canto Moçárabe que era praticado na Espanha antes da invasão dos árabes e que foi conservado até 1071, é exemplo disso. Recuperado pelo Cardeal Cisneros, no final do século XI, era praticado em pouquíssimas igrejas de Toledo e, mais tarde, foi proibido pelo Papa Gregório VII. No entanto, foi recuperado entre os anos de 1500 e 1502.

Conheça a música sacra gótica assistindo ao vídeo.



Por isso, a Igreja resolveu organizar e regulamentar os cânticos religiosos. Para colocar em prática esta nova organização levou tempo. Mas, o processo foi gradual e intelectual.

Nessa reformulação, a Igreja manteve a homofonia e o ritmo baseados no número de sílabas e a ausência de instrumentos musicais, como nos cantos gregorianos de 1250, iniciado por Jerônimo de Moravia. Mas, introduzia as notas musicais fazendo com que cada nota correspondesse a uma ou mais sílabas.

Este sistema foi sofrendo pequenas modificações durante alguns séculos, até que surgisse o “Motu Próprio” do Papa Pio X, que reviu e” acumuladas reconsiderou as alterações do canto gregoriano e o livrou das “impurezas.

Fontes:

GROUT, D. J.; PALISCA, C. V. História da Música Ocidental. Lisboa: Gradiva, 1994..

vídeos Youtube

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