domingo, 4 de novembro de 2012

AS CONSEQUÊNCIAS DO ROMPIMENTO COM FREUD



O conflito de ideias separou o discípulo do mestre. Um rompimento tumultuado, com mágoas dos dois lados. Mas, Jung não se furtou a novas pesquisas.

Ampliou suas observações sobre os complexos e sobre a associação de palavras e a reformulou, criando a Psicologia Analítica.

Estudou profundamente sobre como o inconsciente se expressa utilizando a técnica dos sonhos e de desenhos de seus pacientes. Observou que os sonhos tinham grandes semelhanças com os temas culturais ou mitológicos universais, e que seus pacientes desconheciam. Isto o intrigava e o estimulava a pesquisar ainda mais.

Ampliou suas pesquisas sobre o inconsciente e descobre o inconsciente coletivo e o inconsciente pessoal. Descobre que o inconsciente pessoal é constituído pelo material reprimido e pelos complexos (como dizia Freud), e que no inconsciente coletivo estão as nossas tendências, imagens e símbolos que constelam sentimentos universais (arquétipos) e de atitudes inatas e primitivas (instintos) e que são comuns a toda a humanidade.
 

Outro tema importante nos estudos de Jung foram os “tipos psicológicos”, baseando-se nas personalidades de Freud e Adler (também discípulo do primeiro), além da sua própria personalidade. Com isto pode delinear os tipos “extrovertido” e “introvertido”. A partir daí, observou que haviam variações entre esses tipos e que algumas pessoas eram levadas mais pelos sentimentos, outras pela razão e outros ainda pela intuição. Escreve e publica um livro sobre esse tema, em 1921.

A Alquimia e a magia despertam seu interesse e pesquisa sobre isso. E na década de 40 publica dos livros: Psicologia e Alquimia (1940) e O Eu e o Inconsciente (1944).

Após o rompimento com Freud, Carl G Jung passou a ser muito criticado e suas obras vistas com desconfiança. Em entrevistas a jornalistas e para a comunidade científica da época, Freud afirmava continuamente que Jung usara suas ideias e as modificava. Vejam um trecho de uma afirmação de Freud sobre isso:

"Aquilo de que os suíços tinham tanto orgulho nada mais era do que uma modificação da teoria psicanalítica, obtida rejeitando o fator da sexualidade. Confesso que, desde o início, entendi esse 'progresso' como adequação excessiva às exigências da atualidade".

Jung não negava a importância da sexualidade na vida psíquica descoberta por Freud, mas acreditava que não era apenas isso que influenciava a vida psíquica. Vejam o que Jung respondeu sobre essa acusação:

"... embora Freud sustente obstinadamente que eu a negue, procurava estabelecer limites para a desenfreada terminologia sobre o sexo, que vicia todas as discussões sobre o psiquismo humano, e situar, então, a sexualidade em seu lugar mais adequado. O senso comum voltará sempre ao fato de que a sexualidade humana é apenas uma pulsão ligada aos instintos bio-fisiológicos e é apenas uma das funções psico-fisiológicas, embora, sem dúvida, muitíssimo importante e de grande alcance".

Jung morreu em 6 de junho de 1961, em sua casa à beira do lago de Zurique, em Küsnacht. Após uma vida longa e produtiva, contribuiu para o avanço da antropologia, da sociologia, da própria psicologia, na psicoterapia e na psiquiatria modernas.

Após Jung, ninguém mais pesquisou sobre o inconsciente, pelo menos de forma tão intensa quanto ele, nem se fez descobertas tão significativas quanto as dele.

Um comentário:

  1. Muito interessante este apanhado sobre Jung. Talvez não tenha havido mais pesquisas tão aprofundada depois dele por terem sido convincentes seus estudos e conclusões.
    Grande abraço e boa semana!
    Sonia

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OBRIGADA PELA VISITA.

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