quarta-feira, 19 de setembro de 2012

QUANDO AS ARTES SE ENCONTRAM

OLÁ, PESSOAL!

Quando as artes se encontram o sucesso está garantido! 

Ainda mais se juntarmos modelagem com massa plástica, animação por meio da tecnologia e um texto fabuloso de José Saramago.

Querem conferir? Assistam o filme abaixo.


domingo, 16 de setembro de 2012

TRABALHANDO O ABSTRATO E A IMAGINAÇÃO

Uma das coisas mais difíceis é fazer os deficientes trabalharem com as abstrações, seja na arte ou nas tarefas escolares, porém, sempre se pode dar um jeito.

As ESCULTURAS DE PAPEL AMASSADO são uma saída. Devo lembrar que não se consegue muitas coisas boas nas primeiras vezes. Mas, com a repetição da atividade. O importante é insistir.

São fáceis de fazer. Forneça uma folha colorida. Qualquer papel serve: de crepom a sulfites coloridos. Peça para que a criança a amasse bem apertado. Depois disso, vá abrindo devagar. Quando acham que a forma ficou bonita, é só parar.

Coloque a forma sobre a mesa e pergunte: "Com o que você acha que se parece?" Caso não respondam da primeira vez, gire um pouco e pergunte novamente. Vá repetindo até que digam alguma coisa. Caso ainda assim não consigam, não tem importância. Elogie a forma e encerre o trabalho. Repita numa próxima ocasião.

Vejam como ficam bonitas!


 

Depois, é só explicar que o que viram é fruto de sua imaginação e o que ele viu, pode não ser o mesmo que você ou outra pessoa vê. E que isso se chama abstração.E eles entendem.

Legal, não é mesmo?



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

IMAGINAÇÃO ATIVA


Desde o século XVII, vivemos sob a influência de um pensamento que privilegia a razão. Kant acreditava que tudo tinha uma explicação racional. Dessa forma, tudo o que era subjetivo era (e ainda é) visto como algo supérfluo e sem importância, sem base científica e que não fazia parte da razão.

A consequência desse pensamento fez com que muitas qualidades da vida humana fossem relegadas a um plano inferior. As artes e a religião eram assim consideradas. E dentre as qualidades humanas mais subjetivas estava a imaginação. Esta só tinha espaço nas Artes ou era vista como uma forma anormal do pensamento humano.

Hoje sabemos que a imaginação é importante em nossa vida. Sentimos e percebemos as coisas através dos órgãos dos sentidos e adquirimos experiências ao entrarmos em contato. Essas experiências e percepções ficam guardadas na memória. Para isso, é necessário fazer associações e relações entre as imagens disponíveis na memória, ordenando-as de diversas formas transformando-a numa imagem que pode ser aplicada a uma determinada situação. É, segundo Avens (1993), uma imaginação reprodutiva, pois reproduzimos algo que já estava elaborado na memória.

Por outro lado, há momentos em que transcendemos a tudo isto. É um jeito mais espontâneo, puramente sensorial, mas que combina com nossa intelectualidade (categoria da razão), criando algo novo. E, ainda segundo Avens (1993), esta é uma imaginação produtiva ou transcendental. Esta forma de se imaginar é vital a todos os seres humanos porque é uma maneira de nos relacionarmos com o mundo. Este relacionamento é quem leva o mundo e a humanidade a prosperar. 

Pela imaginação produtiva deixamos vir a tona o lado interior das coisas, ou seja, nos relacionarmos com os objetos, lugares, situações e pessoas de uma forma mais sensível ou poética. Essa forma não deixa de traduzir nossas percepções, nem nossas vivências e experiências. E não é só nas artes que esta imaginação se manifesta, mas, em tudo o que fazemos.

Foi observando esta capacidade humana que Jung estabeleceu um processo que denominou imaginação “ativa” ou “criativa”. Jung percebeu que ao acionarmos nossas lembranças, alguns conteúdos inconscientes chegavam até a consciência, e se misturavam aos conteúdos desta, através de funções reguladoras.

Dessa maneira, com técnicas expressivas apropriadas pode-se perceber os conteúdos inconscientes sintetizados. Jung os chamou de “símbolos”. Os símbolos são a expressão do que se desconhece e possibilita que a força energética (libido) se renove e solucione os conflitos vivenciados. Com o estudo desses símbolos pode-se buscar o seu (s) significados.

A compreensão desses significados traz o entendimento de toda forma de expressão numa linguagem muito mais ampla do que a oral ou a escrita. Como tipos de linguagem expressiva podemos citar a corporal, as fotos, um filme, as esculturas, os desenhos, a dança, a música, as pinturas etc.

“Os homens são narrativos”, afirmou Deely, em 1990. E eles contam histórias em seus trabalhos expressivos. Para Jung, além do pensamento existem outras 3 funções da consciência que servem de pontos de ligação entre a capacidade de expressão e a lógica do pensamento intelectivo: a intuição, a sensação e o sentimento. As duas primeiras são irracionais, ou seja, voltadas para o subjetivo, para aquilo que não é dito por meio de palavras.

Quando um símbolo aparece num trabalho qualquer, nossa intuição ou nossa sensação nos alerta. A busca do significado fica por conta do sentimento que é mais real e, ao lado da função pensamento (4ª função da consciência), lidam com nossas experiências. Tudo isso, nos leva a desenvolver um diálogo que permite a compreensão da narrativa expressa e dos conflitos internos de quem narra.

A força do pensamento junguiano é a compreensão do homem. Para isto, é necessário investigar e entender a maneira como articula suas preocupações sobre a vida, sobre seu o destino e sua história psíquica a fim de manter-se  mentalmente saudável.

fontes:

AVENS, Roberts. Imaginação é Realidade. Petrópolis: Vozes, 1993.
DEELY, John. Semiótica Básica. São Paulo: editora Ática, 1990.
JUNG, Carl G. A Dinâmica do Inconsciente. Obras completas, vol. VIII. Petrópolis: Vozes, 1984.
____ Tipos Psicológicos. Obras completas, vol. VI. Petrópolis: Vozes, 1991.

sábado, 1 de setembro de 2012

ARTE-TERAPIA OU ARTETERAPIA?


Encontramos os títulos “Arte-Terapia” em vários sites e blogs. Esse título, ora está escrito com hífen como está neste blog, ora emendado como em tantos outros. Isto traz dúvidas sobre a forma correta de escrevê-lo.

Para dizer a verdade, ambos estão corretos. Mas, a presença do hífen em um e não no outro apenas define o tipo de orientação ou linha psicológica que os terapeutas seguem. 

Para esclarecer esta confusão, é preciso dizer que existem duas linhas diametralmente oposta sobre a mesma função: a linha "interpretativa" e a linha "não interpretativa".

A ARTETERAPIA segue a "linha interpretativa", ou seja, tudo o que é produzido é analisado e interpretado pelo terapeuta. Esta linha segue os preceitos da Psicanálise  criada por Sigmund Freud e como fazia o Dr. Osório César.

Sigmund Freud

Já a ARTE-TERAPIA segue a linha não interpretativa. O material produzido serve para que o terapeuta entenda o conteúdo criativo sem que haja a interpretação. Todas as explicações, implicações e relações entre os elementos que aparecem nas produções artísticas são esclarecidas pelo seu próprio autor ou criador. Esta linha segue a corrente da Psicologia Analítica criada por Carl Gustav Jung e divulgada no Brasil pela Dra Nise da Silveira.

Carl Gustav Jung