segunda-feira, 30 de abril de 2012

O PIONEIRO DA ARTE-TERAPIA NO BRASIL


Um menino, nascido na Paraíba, em 17 de novembro de 1895, recebeu como nome de batismo: Osório Thaumaturgo César. Na juventude, formou-se em odontologia e depois, em medicina.

Retrato de Osório César

Osório César, como era conhecido, foi para a Europa e trabalhou no Hospital de Salpêtriére, ao lado de Jung e Freud, a quem dedicava profundo respeito e admiração. Nessa época, motivado pela convivência e pelas idéias de Freud, escreveu um artigo intitulado “A Arte Primitiva dos Alienados”, publicado em 1925.

 capa do artigo  (1925)
Tornou-se simpatizante do comunismo. De volta ao Brasil, por causa dessa simpatia foi preso inúmeras vezes. Freqüentou o meio artístico de São Paulo, onde conheceu e casou com Tarsila do Amaral. Exerceu forte influência em suas pinturas que passou a ter uma temática mais social.

Por mais de 40 anos, Osório César trabalhou no Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em Franco da Rocha, município do Estado de São Paulo próximo a capital. Lá, incentivou a produção artística dos pacientes e fundou a Escola Livre de Artes Plásticas dentro do hospital. 
 
O HOSPITAL PSIQUIÁTRICO DO JUQUERI, em Franco da Rocha, SP.

Promoveu mais de 50 exposições de desenhos e pinturas dos internos do Juqueri e relacionados ás questões psicopatológicas. Nomes como Flávio de Carvalho, Lourival Gomes Machado, Sérgio Milliet e Quirino Silva despontaram nessas exposições.

   
Como possuía um bom acervo das obras de seus pacientes, Osório César as publicou num livro chamado “Misticismo e Loucura”, que ganhou o maior prêmio da Academia Brasileira de Letras em 1948. Esse livro influenciou o trabalho de muitos profissionais que lutavam pela humanização dos internos psiquiátricos. Entre eles, Nise da Silveira.
  
Algumas da obras contidas no livro "MISTICISMO E LOUCURA"
 
Osório César foi renomado psiquiatra brasileiro que lutou pela melhoria das acomodações do Juqueri e por uma forma menos agressiva no trato dos pacientes internados. E também porque foi o primeiro psiquiatra brasileiro a utilizar a Arte com fins terapêuticos.
Foi patrono da Academia de Medicina de São Paulo ocupando a cadeira de nº 68, membro fundador das Sociedades Brasileiras de Psicanálise de São Paulo e Rio de Janeiro. Doador de boa parte do seu acervo de obras psicopatológicas ao MASP.
 
Vista do Museu Osório César.
Com sua morte, em 3 de dezembro de 1979, a sociedade médica resolveu homenageá-lo postumamente com um museu, que levou os seu nome e funcionava numa ala do Hospital do Juqueri. Mas, há pouco mais que uma década, sua luta e a de seus companheiros pela humanização do tratamento psiquiátricos dos internos foi vitoriosa. Finalmente, o Hospital Psiquiátrico do Juqueri foi desativado e, com ele, infelizmente, o museu também.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

COMO FAZER UM BARCO DE PAPEL?

VAMOS NAVEGAR ?

Mas, primeiro, temos que construir nosso barco. E, para isto basta apenas um quadrado de papel. Aprenda como se faz.



Agora, com nosso barquinho pronto, podemos dar asas à imaginação e construir lindas histórias e vivenciar muitas aventuras. 


                                                                    BOA VIAGEM!


terça-feira, 24 de abril de 2012

A SOMBRA



A sombra é o centro do inconsciente pessoal. Como todo arquétipo, ela guarda tudo o que o ego rejeita através de um rigoroso processo seletivo.

A sombra representa tudo o que não queremos mostrar aos outros, porque são considerados como nossos pontos fracos. Assim, uma pessoa forte julga que uma certa fragilidade não combina com seu temperamento. Um assassino frio e calculista julga que a bondade e a compaixão são seus pontos fracos e se demonstradas, ficaria vulnerável. O pacífico rejeita a agressividade. E assim por diante.

Portanto,  nos conteúdos rejeitados estão certas tendências, desejos, lembranças e experiências que o ego julgou impróprios ou incompatíveis com nossa persona ou com certos padrões e ideais sociais. Um exemplo disso é a célebre frase: “homem não chora”. Chorar, em nossa sociedade de alguns anos atrás, era considerado como um sinal de fraqueza. E um homem sentimental ou “fraco” era pouco considerado. Por isso, a sombra não guarda só o que é negativo. Mas, o positivo também.

Para Jung, o material reprimido se organiza e se estrutura em torno da Sombra. Seria por assim dizer, uma espécie de self ás avessas ou um ego obscuro, inconsciente e oculto. O termo “Sombra” dá a esses conteúdos a idéia de primitivos, hostis, repulsivos e violentos No entanto, se chegarem a se tornar conscientes, perdem a força e, com ela, o medo do desconhecido.

O grande perigo da sombra é não reconhecer que possuímos esses conteúdos. Então, acabamos projetando nos outros ou sendo dominados por nossos  defeitos. Porém, quanto mais consciente forem estes conteúdos, menos dominados ficaremos.

A sombra é da natureza humana. Uma parte fundamental e integrante dessa natureza e não deve (nem pode) ser eliminada. Se isso acontecer, não passaremos de uma caricatura de ser humano que rejeita a dualidade, as contradições e os limites entre bem e mal que existe em cada um de nós.

Da sombra é que surgem a espontaneidade, a vitalidade, a emoção e a criatividade provenientes de sua força instintiva. Sua compreensão nunca é total e perdura pela vida toda. Suas manifestações são ricas e variadas, restando a cada indivíduo a reflexão honesta do que ela nos apresenta como parte de nós mesmos.

Fonte:

sábado, 21 de abril de 2012

MAIS UM POUCO DO MEU TRABALHO EM ARTE-TERAPIA

COLAGEM COM TIRAS DE PAPEL

Estes trabalhos foram realizados em atendimento por crianças com e sem deficiência intelectual e com idades que variavam entre os 9 e 18 anos. O objetivo era o de criar algo que fosse significativo para eles. Não precisava ter uma forma exata, mas que ficasse bonito e agradável de se ver. 

As tiras ficam acomodadas em uma caixa e a criança escolhe as cores. as texturas, o formato. Após montar o trabalho, escolhem um nome para sua obra e a partir do nome, gira em torno dele uma conversa com explicações, questionamentos e orientações. No primeiro passo (criação do trabalho) a criança é envolvida por seu mundo interior e questões inconscientes aparecem. Durante a conversa  surge a compreensão dos fatos inconscientes e a orientação.

Vejam alguns resultados deste trabalho, além do pessoal, há muito de criatividade:

  

 

 

 
    


quarta-feira, 18 de abril de 2012

A PERSONA



O termo “PERSONA” designava, na antiguidade, as máscaras usadas pelos atores para compor o personagem na peça. Dela se originaram também as palavras “pessoa” e “personalidade”.

Nossa personalidade, isto é, a forma como nos mostramos aos outros pela nossa maneira de pensar, de sentir e de agir é, na realidade. uma mistura de influências do inconsciente coletivo, do inconsciente pessoal e da consciência. Somos, portanto, o resultado de fatores humanos fundamentais e desconhecidos, de sensações, emoções, pensamentos, lembranças e situações selecionados pelo ego e represados e de fatos característicos do consciente. Dentro disso tudo, há um segmento da psique que bastante variável, mas que se apresenta como sendo nossa individualidade. Esse segmento é a persona.

A persona é, como o nome sugere, as diferentes máscaras que utilizamos para nos mostrar aos outros. Faz um esforço para se mostrar como nossa individualidade, mas no fundo, é um traço psíquico coletivo pois todos a possuem. E por que todos a possuem, em algumas situações agimos de maneira mais ou menos padronizada.

A criança pensa e age como criança. Os filhos se comportam de forma semelhante com relação a seus pais. Estes, agem mais ou menos de forma semelhantes com relação a seus descendentes. A esta forma de agir chamamos de “papéis sociais”. E é através do desempenho desses papéis que a psique coletiva atua de um modo bastante peculiar.

Enquanto a psique coletiva atua por meio da persona, o nosso verdadeiro eu inconsciente ou a nossa verdadeira individualidade, também está presente, porém, de forma discreta e indireta, porque ela não pode ser reprimida totalmente.

Nosso EU CONSCIENTE se identifica com a persona e se funde a ela. A persona então, se mostra como nossa individualidade. Desta forma, camufla e compensa as manifestações inconscientes, liberando as fantasias pessoais e de caráter cósmico que estavam reprimidas. É devido a esse caráter cósmico que se diz que “os homens são assemelhantes a Deus”.

A persona é, portanto, o caráter que assumimos coletivamente e nos relacionamos com os outros. por isso, ela não é boa, nem má. São como as vestes escolhidas para as diferentes ocasiões: na família, somos filhos e, posteriormente, pais e agimos, pensamos e sentimos dessa forma. Como homens ou mulheres nossos comportamentos são ditados pela sociedade. E assim por diante. Quando escolhemos uma profissão, decidimos por uma nova persona, desta vez, a profissional. E assim por diante. Estes são os nossos papéis sociais. Por isso, Jung a chamou  de "arquétipo da conformidade".
A persona, quando positiva protege o ego e a psique das forças e atitudes sociais que nos invadem o tempo todo e serve como meio de comunicação. Quando exacerbada, cria conflitos porque encobre nossa individualidade.

Fonte:

JUNG, Carl Gustav. "O iNCONSCIENTE COLETIVO", Petrópolis, RJ. Ed Vozes.

sábado, 14 de abril de 2012

O PRECURSOR DA ARTE-TERAPIA NO BRASIL


Ulisses Pernambucano
No Brasil, Ulisses Pernambucano de Melo Sobrinho, nascido no Recife em 6 de fevereiro de 1892, forma-se médico, em 1912, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Nos anos finais do curso, passa a trabalhar como interno no Hospital Nacional dos Alienados, na Praia Vermelha, RJ, onde também estuda Psiquiatria.
Em 1918, Ulisses Pernambucano volta à sua cidade natal para concorrer a uma vaga na cadeira de Psicologia e Pedagogia, na Escola Normal Oficial de Pernambuco, onde se destaca como primeiro lugar desse concurso. Mas, por questões políticas não assume a vaga. È, então, nomeado para o Ginásio Pernambuco, exercendo a função de professor de Lógica, Psicologia e História da Filosofia.
Ulisses e a esposa
Em 1925, cria o Instituto de Psicologia e em 1928, assume a direção do Ginásio Pernambucano por dois anos, quando então, assume a direção do Hospital da Tamarineira que apresentava recursos materiais insuficientes e trato inadequado aos pacientes. Influenciado pela monografia de Silvio Moura intitulada "Manifestações Artísticas nos Alienados" (1923), Ulisses Pernambucano passou a utilizar os recursos artísticos na tentativa de se comunicar com os pacientes.
Por lutar pelas minorias é acusado de ser comunista. Essa acusação e o trabalho com artes, pouco entendido por seus colegas de profissão, reduziram as verbas para o hospital que dirigia. Após a reforma do hospital, se demite. É preso por 60 dias, na Casa de Detenção do Recife.
 
Panorãmica do Hospital da Tamarineira, hoje Ulisses Pernambucano
Em 1936, funda uma instituição particular, o Sanatório Recife, para o tratamento de pacientes com patologias psiquiátricas. Anos depois, Ulisses Pernambucano volta ao Rio de Janeiro onde vem a falecer em 5 de dezembro de 1943, aos 51 anos de idade.
SEMANA CULTURAL NO HOSPITAL ULISSES PERNAMBUCANO
o frevo                                     danças indígenas

 
a arte                                  e ...  a música

quinta-feira, 12 de abril de 2012

COMO FAZER UM COPO DE ORIGAMI


ORIGAMI é uma arte de origem milenar japonesa. Constitui em criar objetos, bichinhos e flores apenas com   dobras papel.

Vamos aprender a fazer um copo de papel. É fácil e qualquer criança pode fazê-lo.



sexta-feira, 6 de abril de 2012

PÁSCOA

Páscoa, tempo de reflexão, de fé, de amor e de solidariedade.

Ha história contada há 2012 anos, um homem doou a própria vida para salvar toda a humanidade.
Depois, ressuscitou e subiu aos céus. Depois disso, muitos ainda acreditam que tudo não passou de uma lenda. Mas, quem de nós não fica tocado com tal história?

Quem de nós, na primeira dificuldade, não grita seu Nome? Quem não pede a Ele por ajuda e implora para que tudo tenha uma solução rápida?

E o que damos a Ele em troca de tal sacrfício? Guerras, conflitos, violência, drogas, , desamor, incompreensão,  inversão de valores. Que fazemos do amor ao próximo que Ele nos ensinou? Trocamos pelo amor a nós mesmos? Será nos achamos tão perfeitos, tão completos que só encontramos defeitos nos outros? E por isso mesmo, nos tornamos egoístas, egocêntricos, mimados e orgulhosos. Mas, orgulhosos de que? Da soberba? Da maldade? Da intolerância? Da empáfia?, Da autodestruição pelas drogas e outros vícios?

Que esta Páscoa traga a todos muita paz, compreensão da vida na fé e consciência do outro e de si mesmo. Que as bênçãos de Deus caia sobre todos iluminando o caminho para uma vida  mais feliz.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

MAIS COLAGENS COM TECIDO

Estas colagens foram realizadas na semana passada. Como uma primeira atividade desta nova turma de atendidos, o objetivo era o trabalho sensorial. Dessa forma, era necessário entrar em contato com texturas. 

Para esta atividade escolhi um tecido mais grosso e áspero para a confecção das flores e um tecido mais liso e acetinado para as folhas. Foram ainda utilizados: cola líquida, palitos, papéis e lantejoulas para o remate. A tarefa era compor uma cena com o material apresentado. 

O resultado foi este:

 





domingo, 1 de abril de 2012

O POSITIVO E O NEGATIVO DO EGO



O ego é parte integrante de nossa psique. O ego define o que somos e se mostra através de nossos pensamentos e de nossas ações.

 O ego pode ser um excelente aliado, colaborando para nosso desenvolvimento. Quando temos uma boa imagem de nós mesmos ele nos impulsiona para as novas conquistas porque acreditamos que elas são possíveis. Ao contrario, quando desacreditamos de nós mesmos, tudo se torna difícil.

Normalmente, pessoas de ego forte são vistas como pessoas inteligentes, decididas, líderes. Muitas vezes, são consideradas como teimosas, inflexíveis e arrogantes. Por outro lado,  pessoas com ego mais frágil são vistas como pessoas dependentes, facilmente dominados e preferem ser liderados.

Mas, o ego pode ser também um poderoso vilão. Na vida em sociedade, as relações humanas são essenciais, Porem, elas ditam limites e regras que devem ser respeitadas e cumpridas. E as relações de poder tornam-se “o prato cheio” para que o ego  de vazão ao seu complexo de superioridade e se infle.

Crentes do seu poder de conquistar tudo o que pode e o que necessita, pessoas com o complexo de superioridade inflado usam as relações de poder das relações humanas para se sobrepor aos outros. Tomam decisões sem consultar ninguém e agem por conta própria. Ações que acabam por interferir na vida de outras pessoas. Por isso, pessoas de “ego exacerbado” são sempre perigosas para si mesmas e para os outros.

Quando líderes, apresentam temperamentos muito forte, gritam com os outros. Suas ordens são inquestionáveis e suas atitudes são excessivamente controladoras. A contradição ou o questionamento de suas ordens é visto como rebeldia.

Gostam de pessoas que se parecem com eles, mas a tendência é dominá-las. Dão a impressão que fazem o máximo pelos outros, mas no fundo, exigem o máximo dos outros e menos de si mesmos.

Como liderados, contrariam as ordens recebidas, procurando impor o seu jeito de ser. Jamais se submetem ou permitem ser liderados, pois as regras são para os outros.

Amam-se acima de tudo (narcisistas). São ambiciosos ao extremo, auto-confiantes, competitivos e conquistam posições elevadas no trabalho. Mas, por serem assim, muitas vezes, camuflam talentos que não possuem.

Se por um lado, pessoas deste tipo são valorizadas e aplaudidas  por sua ascenção rápida, por outro lado, são pessoas difíceis de se lidar e de agradar. Nunca o que os outros fazem é bom ou satisfatório para eles, pois sempre querem mais.

POR QUE ISTO ACONTECE?

O ego é a somatória da auto-imagem construída ao longo da vida mediante as relações com os outro e com o mundo. Muitas vezes, no processo de construção dessa auto imagem, a relação do que sou, do que gostaria de ser, e das idealizações que se faz de si mesmo diante do mundo externo e interno algo se agiganta comprometendo o nosso comportamento, a auto-confiança, as exigências sempre crescente dos níveis de satisfação e da baixa tolerância ás frustrações.

O egocentrismo e o narcisismos são importantes para a construção de nossa auto-imagem. Mas, são devem atuar como fases que devem ser superadas. Quando, por qualquer motivo, o egocentrismo não é superado, as pessoas perdem a capacidade de se comunicar, de cooperar e de lidar com os conflitos que a vida e as relações impõem. Assim, quando erram ficam fragilizadas diante das frustrações e com  a mesma intensidade.

A característica principal do narcisismo é o comportamento do “grandioso”. Todos os projetos, sonhos, desejos e necessidades são grandiosos, ousados, espetaculares. Por isso, são muito criativos e adoram ser admirados. Porém, quando erram,  esse erro é igualmente grandioso. E como não sabem lidar com as frustrações, as conseqüências são desastrosas.